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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

UM DIA ATRÁS DO OUTRO...

E, assim, se passou mais um Natal - que, entre outras coisas com mais ou menos açucar, me dá a visão simultania dos meus cinco netos - com as palavras sempre iguais, os mesmos aromas, os mesmos exageros, as mesmas saudades dos que já se foram mas continuam a povoar as nossas vidas no mais íntimo da nossa memória afectiva... Parece tudo igual mas, bem vistas as coisas, é todos os anos diferente: todos vamos mudando um pouco a cada momento que passa...

E para o Ano Novo, a noticia do Eden-Park em ruínas é pouco menos do que catastrófica e ocupar o espaço com um Centro Comercial é o mesmo que »subtraír» ao povo uma hipótese de cultura porque o local tem as medidas e a localização exactas, sim, para um CENTRO CULTURAL...
Zito Azevedo
P.S. Este texto andou esquecido pelos rascunhos uma data de tempo...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ALEGRIA III

Ora, viva, de novo, meu caro...
Lembra bem a "barriga de atum", uma especialidade que fui descobrir quando, há poucos anos atrás regressei em romagem de saudade ao Mindelo. É uma raridade culinária recentemente "inventada" pois não pertencia ao meu imaginário gastronómico mas merecedora, decerto, de um Prémio Nobel...
Calha bem, pois também fiz jograis (com o saudoso Dante Mariano e outros...), em espectáculos no antigo-novo Eden Park onde, aliás, apresentei a VOZ DE CABO VERDE, na sua primeira visita a S.Vicente. Amigos do peito, como Morgadinho, Frank Cavaquinho e mestre Luis Morais, que tanto fizeram pelo nome da terra... Lembro-me de nessa altutra ter tido a honra de cantar pela primira vez em publico e logo acompanhado pela V.C.V.....
Aliás, gostaria de ter noticia sobre o que se passa com o Eden-Park pois tive informação de que estava absolutamente desactivado... É uma pena...Aínda me lembro de ter ali visto o meu primeiro filme em cinemascópio: "As Aventuras de Adji-Baba" , cujo genérico era suportado por uma mui arábica melodia na voz inconfundivel de Nat King Cole... que Deus tenha!
Aqui ficam mais umas achegas que possam trazer à ilha do Arroz c'Atum outros naufragos da conversa fiada (ou talvez não...)
Aquele abraço do,
Zito Azevedo

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ALEGRIA II

Muito obrigado, amigo, pelo retorno... Isso faz-me acreditar que aida vou acabar por ter bastos esfomeados à mesa deste arroz com atum (cabeça de atum, de preferência...) Oxalá que assim seja pois, na minha idade, as pessoas começam a sentir-se sós e isoladas, carentes do calor de uma coversa amiga, à volta de temas que lhes sejam queridos, enfim do contacto humano...
Desculpar-me-á que, agora, monopolize a sua atenção mas, como sabe, para além de umas palavras breves de uma filha e de uma sobrinha, você é o meu único interLOCUTOR (?) a sério!
Tem graça essa do Tratrakacia porque, desde muito jóvem, sempre tive uma certa atracção pela arte mas acabei por não ter ido além das récitas do Liceu em que até tive honras de autor de uma peça que, imagine-se, terá provocado a admiração do Dr. Baltazar (que saudade...) ao ponto de este me ter enviado um livro com peças de Molière, no original... Livro esse que bastante tarde lhe devolvi para ficar a ideia que o teria lido todo... Enfim, coisas de miudo!
Aquele abraço
Zito Azevedo

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ALEGRIA I

Eu sabia que o destino não conseguiria resistir à amargura da minha SOLIDÃO II e, vai daí, aparece-me o senhor da casa das maquinas, ajudante de estúdio, candidato a locutor e, finalmente, actor, Fonseca de seu nome, Teatrakacio de profissão... Longo caminho, meu caro!
Por estranho que isso até possa parecer, ao dar de caras com o seu nome no e.mail, disse para com os meus botões: "Isto cheira-me a Rário Barlavento..." Era o cheiro da saudade, da saudade das coisas que se fizeram e das pessoas que caminharam ao nosso lado, na casa das máquinas ou na cadeira de locução...nos tempos em que nada, mas mesmo NADA, era virtual, era tudo, ou quáse tudo, "feito à mão"...
Muito lhe agradeço, amigo Fonseca, o prazer da sua visita a este sítio que pretende ser, precisamente, mais uma ilha onde todo o mundo possa "entrar sem bater" e botar palavra, mas palavra de "morabeza", de respeito mútuo, de fraternidade.
Longa vida para o "Teatrakacia" e seus mentores e seus actores e seus sonhos...
Um abraço do tamanho da imensidão azul que nos separa (mas não nos afasta...)
Zito Azevedo