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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

(6467) - ECONOMIZAR ENERGIA ELÉCTRICA...


A grande moda são os chamados "economizadores de energia" que, por artes certamente mágicas, reduzem até 35% dos consumos domésticos...Os maravilhosos aparelhos custam entre 9,00 e 80,00 Euros mas não sabemos se os mais caros poupam mais ou se os mais baratos o são porque poupam menos...
Segundo a DECO (Defesa do Consumidor), estes aparelhos não poupam coisa nenhuma e, alguns deles, ainda por cima, consomem energia em vez de a poupar...Este organismos informa ter já apresentado queixa-crime contra as diversas marcas de economizadores existentes no mercado por publicidade enganosa a que eu, por acaso, chamo de BURLA!

(6466) - SEMINÁRIO DE S. NICOLAU...

ADENDA AO POST 6465 - REUNIÃO DE ILUSTRES
ANTIGOS SEMINARISTAS EM 1966


 
NO TOPO - José Mascarenhas, Pedro Ramos, Plínio Borges, Manuel Lopes dos Santos, António Mascarenhas, Olvavo Ramos e José Ramos;
AO CENTRO - José Tomás, Tuta Melo, Dr,Baltasar Lopes da >Silva e Julosa Feijóo Pereira;
EM BAIXO - João Rocheteau, Teodoro Brito, José Inocêncio Silva (Djô Fei), Irene Almada,
(...) e João Lopes.
Fonte - Site de Antº St'Aubyn Mascarenhas
p.i. de A.Mendes

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

(6465) - DA POEIRA DOS TEMPOS...


O SEMINÁRIO – LICEU DA ILHA

DE S. NICOLAU DE CABO VERDE

POR

JOSÉ DOS REIS BORGES

Professor do Liceu Infante D. Henriques

A história da sua fundação e o papel preponderante por ele exercido na civilização do arquipélago.
A elevação de Cabo Verde a bispado em 1533, devia naturalmente corresponder a ideia de se fundar um estabelecimento de ensino secundário para a instrução do clero.
Assim, por uma carta régia de 12 de Janeiro de 1570 determinava-se a criação de um seminário na vila de Ribeira Grande, na ilha de S. Tiago; mas a régia carta ficou, infelizmente, letra morta, a despeito dos esforços empregados pelo então bispo de Cabo Verde, o venerando prelado D. Fr. Francisco Cruz.
Dos imediatos sucessores deste prelado, alguns houve que curaram do assunto tão zelosamente como ele. Mas uns após outros, foram caindo, sem que o seminário se efectivasse.
Dobraram depois anos, muitos anos. A ideia, que ficara felizmente de pé, toma, ao depois, novamente vulto, outra determinação surge, no mesmo sentido, em 1824. Era bispo da diocese D. Fr. Jerónimo do Barco.
Este ilustre prelado fez o possível para a realização de tão louvável ideia, já encarregando-se ele mesmo de dirigir as obras do edifício seminarial, cujos fundamentos foram por ele lançados, já dotando generosamente o futuro seminário com uma propriedade sua, que adquirira por 2.200$ o que não deixava de ser uma dotação importante, atendendo ao valor que tinha então o dinheiro. Mas… estava escrito que não era ainda desta vez, e nem era em S. Tiago, que havia de surgir o que vinha iluminar esta terra hesperitana.
Eleito deputado, o venerando prelado retirou para Lisboa, ficando paralisadas as obras de edificação, a que tão ardorosamente se havia devotado.
Muito distante vinha ainda o ano imorredoiro em que se havia de erguer em Cabo Verde.
Efectivamente, só 40 anos depois é que, por decreto de 3 de Setembro de 1886, se ergueu na Ilha de S. Nicolau tão almejado farol -- o Seminário Liceu que veio rasgar fundamente as trevas da ignorância em que vivíamos imersos.

Continua
IN B:G:C.. 1926

Colab. A.Mendes

 

(6464) - MORTE NA LAGINHA...


Esta foto, de Jason Mascarenhas, está no Facebook com a legenda "MAIS UMA VÍTIMA DA LAGINHA"...
Mais uma, quer dizer que já houve outras e,  pelos vistos,  que outras poderão ocorrer...Ora, isso é trágico e não me digam que andaram por ali tantos meses a transformar uma praia urbana que era um autêntico "ex-libris" do Mindelo,  numa  armadilha mortal, que não tarda em ficar deserta, como um extenso Elefante Branco a atestar a incúria dos decisores de gabinete...

(6463) - DENÚNCIA...



 
ELIZABETH II, HOLLANDE E OBAMA, ACABAM DE CONFESSAR,
PUBLICAMENTE, QUE COLABORAM COM O BLOGUE
"PRAIA DE BOTE"... DESCONHECE-SE
O MONTANTE DOS "CACHETS"...
 
Fonte - Serviços Municializados de Água de Sintra


(6462) - OS 3 FUSOS HORARIOS DE PORTUGAL...


Colab. Tuta Azevedo

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

(6461) - PORQUE SOMOS PELA PAZ...



(6460) - MUSEU MILITAR DE ANGOLA...

 

 
Abriu ao público no mês de Abril de 2013 o Museu Nacional de História Militar de Angola, instalado na antiga Fortaleza de São Miguel de Luanda. Nada me parece, pelo que pode avaliar-se pelas fotos e textos, que algo ofenda a presença portuguesa e as estátuas que lá deixamos estão conservadas e expostas. A recuperação da fortaleza é notável e, por mais que se queira denegrir essa presença e este monumento, com o que alguma esquerda folclórica se entretém (na falta de sérios objectivos!), Portugal ali ficou e para sempre.
Adriano Lima




 
NOTA DA GERÊNCIA
Apoiamos o texto do amigo Adriano Lima mas, no entanto, confessamos que talvez merecessem uma localização mais nobre às estátuas do descobridor de Angola e do fundador de Luanda (foto 2) , quiçá, numa qualquer praça da cidade; e não gostámos, também de ver atiradas para os fundos do quintal, as estátuas de três das mais significativas figuras da História de Portugal: Afonso Henriques, Vasco da Gama e Camões (foto 3)...
Mas, enfim, cada um tem, da História, a visão que mais  convém aos seus interesses, mais ou menos confessáveis!
 

(6459) - LICEU GIL EANES - ANOS 50, SEC. XX...

QUEM É QUEM?!



 
Fotos cedidas por Maria José Spencer
p.i. de A.Mendes
 

(6458) - QUANDO VALERIE SAIU DO HOSPITAL,,,

 
Colab. John Leão

(6457) - A RENOVAÇÃO DO EDEN-PARK...

 


(6456) - O ALFAIATE DE HITLER...

 
Chamava-se Hugo; alemão, beirava os 40 anos quando fundou em Metzingen, a cidadezinha onde nascera, pequena loja confecções. com o objetivo de fabricar roupas para trabalhadores. Os seus planos não deram certo Seis anos depois abriu falência. Desesperado, em 1931 ingressou no Partido Nazista – e aí sua vida mudou para melhor.
Fornecedor exclusivo dos uniformes negros das SS (Schutzstaffel), da Juventude Hitlerista e de outras agremiações nazistas ( sempre muito preocupadas com a elegância), ganhou milhões entre 1934 e 1945, e, para dar conta das encomendas, a solução foi apelar para a mão de obra – compreensivelmente baratíssima – dos prisioneiros de guerra.
 Após a derrota do III Reich, foi levado aos tribunais mas pegou penas brandas, condenado a indenizar as famílias dos trabalhadores forçados.
Ah, quase me esquecia: o nome completo do homem era Hugo
Boss
. Hoje, seus negócios vão muito bem, obrigado.Hugo Boss faleceu em 1948.

 
Colab. Adriano Lima

(6455) - FRANCISCO, O SUPER-PAPA...



(6454) - ESTE RELÂMPAGO ESTÁ NO GUINESS...


O chamado "Relâmpago de Catatumbo" é um fenómeno natural,  ciclo de tempestades eléctricas, que ocorrem, entre Abril e Novembro, no Estado de Zulia, na Venezuela...Registam-se entre 18 e 60 descargas por minuto, mais de 20.000, por hora, 1.176.000 por ano!

(6453) - ENTRETANTO, QUE ACONTECEU?

NOTÍCIA DE 16 DE AGOSTO DE 2013...
 
Depois de viver dias de penúria, a Escola da Praça Nova, na ilha de São Vicente, vai ser reabilitada. Os estudantes e os cidadãos que prestam serviço nesse estabelecimento de ensino vêem uma luz acender-se ao fundo do túnel, na medida que o Ministério da Educação deu garantias que vai executar um projecto de recuperação daquela que é uma das mais antigas escolas da ilha de São Vicente.



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

(6452) - PORQUE SOMOS PELA PAZ...


HIROSHIMA


(6451) - A HOMENAGEM DOS ELEFANTES...

          COMO É QUE OS ELEFANTES SOUBERAM ?


HÁ ALGO NO UNIVERSO, MUITO MAIOR E MAIS PROFUNDO QUE A INTELIGÊNCIA HUMANA.
A VIAGEM DOS ELEFANTES PARA PRESTAR SUA ÚLTIMA HOMENAGEM - MAS COMO ELES PODERIAM SABER ?


Description: ele-1
Lawrence Anthony, uma lenda viva na África do Sul, autor de 3 livros, entre eles o best-seller O Encantador de Elefantes, valentemente resgatou inúmeros animais selvagens e reabilitou elefantes por todo o planeta após serem vitimados por atrocidades humanas, entre elas o corajoso resgate dos animais do Zoológico de Bagdá durante a invasão dos Estados Unidos em 2003.
.
No dia 7 de março de 2012 Lawrence Anthony faleceu.
Deixou saudades e é sempre lembrado por sua esposa, dois filhos, dois netos e numerosos elefantes.
Dois dias após seu falecimento os elefantes selvagens apareceram em sua casa guiados por duas grandes matriarcas.
Outras manadas selvagens apareceram em bandos para dizer adeus a seu amado amigo-homem.
Um total de 31 elefantes havia caminhado pacientemente por mais de 12 milhas para chegar à sua residência sul-africana.



Description: ele-2
 

Ao testemunhar este espetáculo, os humanos obviamente ficaram abismados não apenas por causa da suprema inteligência e timing perfeito com que esses elefantes pressentiram o falecimento de Lawrence, mas também devido às profundas lembranças e emoções que os amados animais relembraram numa forma tão organizada.
Caminhando lentamente - durante dias - marchando pelo caminho numa fila solene desde seu habitat até a sua casa.
Assim, como os elefantes da reserva, pastando a milhas de distância em partes distantes do parque poderiam saber da morte de Anthony ? "Um homem bom morreu de repente" diz a Rabina Leila Gal Berner, Ph.D., "e vindo de muito, muito longe duas manadas de elefantes, sentindo que eles haviam perdido um amado amigo humano, se moveram numa solene procissão fúnebre para visitar a família enlutada na residência do falecido."
"Se alguma vez houve uma ocasião em que pudemos realmente sentir a maravilhosa intercomunicação de todos os seres, foi quando refletimos sobre os elefantes de Thula Thula. O coração de um homem para de bater e os corações de centenas de elefantes se entristecem. O coração tão generoso e dedicado deste homem ofereceu a cura a esses elefantes e agora eles vem prestar sua carinhosa homenagem a seu amigo."
A esposa de Lawrence, Françoise, estava particularmente comovida, sabendo que os elefantes não haviam vindo a sua casa antes desta data por bem mais de três anos ! Mas sabiam perfeitamente aonde estavam indo ! Os elefantes obviamente queriam apresentar suas sentidas condolências, em honra a seu amigo que havia salvado suas vidas e tamanho era o seu respeito que ficaram por dois dias e duas noites sem comer absolutamente nada.
E assim, uma manhã, eles partiram para a sua longa viagem de volta.
 
Colab. Adriano Lima





 
 
 

(6450) - O IMPOSSIVEL ACONTECE...

Portugal dos loucos

-          DILEMA DO JUIZ-CONSELHEIRO (JUBILADO) MÁRIO ARAÚJO RIBEIRO:

«Concluí que a minha filha desempregada e o meu filho dentista com falta de clientes (ambos divorciados) têm de intentar acções judiciais contra mim, para eu ser CONDENADO a pagar "alimentos" (no sentido legal do termo) aos meus netos. Porque, com uma sentença judicial, eu posso descontar essas despesas no IRS e, se ajudar voluntariamente, não posso. Se encontrar uma saída, transmito-a a todos os avós.»
Juiz-Conselheiro (Jubilado)
Mário Araújo Ribeiro
 
Colab, Adriuano Lima



(6449) - HÁ PRAXES E HÁ PRAXES...


Por motivos de todos conhecidos fala-se, agora, das "Praxes Académicas" como  nunca no passado...E seria bom que não se misturassem no mesmo saco as Praxes tradicionais e os actos de autentico "hooliganismo" de que se vai tendo notícia...Temos para nós que a Praxe será uma espécie de cerimónia de iniciação dos caloiros à vida académica e, a propósito, recordámos uma história contada por um amigo de infância sobre a sua experiência de " caloiro praxado" na Universidade de Coimbra, aí pelo ano de 1952 ou 1953...
Contava ele que lhe foi dado um envelope que parecia conter folhas de papel e mandado subir à Torre da Cabra. Lá chegado, foi convidado a abrir o envelope de onde retirou cerca de 20 folhas de papel...em  branco! Cá de baixo, veio a ordem: - LÊ!...
Percebendo a ideia, o meu amigo começou a fazer que lia, contando a história da sua vida...Quando tentou passar à segunda folha, foi surpreendido por um grito que disse: - LÊ O VERSO!...
E assim se passaram infindáveis minutos... Quando,  finalmente, conseguiu "ler" as folhas todas, foi surpreendido por uma salva de palmas e, nesse momento, disse-me ele,  sentiu-se  orgulhoso!
Pelos vistos, estamos em presença de situações que nada têm a ver com práticas do tipo da experimentada pelo meu amigo o que leva, infelizmente, a concluir, que se entrou numa escalada de indignidades que nada têm a ver com a intenção de dar as boas-vindas aos caloiros, no inicio da sua vida académica...Outros tempos e, certamente, outras gentes!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

(6448) - CUIDADO COM A LÍNGUA...

 


Em situações de catástrofe - incêndios, inundações, naufrágios, desabamento de terras - é natural que os elementos das corporações vocacionadas para o combate às inclemências e para a defesa das populações, tenham, como principal preocupação salvar o maior  numero de vidas possível... Depois, a imprensa, na sua enorme sabedoria, ufane-se de publicitar os gestos, por vezes heróicos, que levaram à evacuação de muita gente ameaçada de morrer afogada, ou queimada, ou soterrada...
Acontece que, em situações de perigo, bombeiros e similares promovem a evacuação ou esvaziamento dos locais onde as pessoas possam correr riscos de ferimentos ou mesmo de vida, ou seja, as pessoas não são evacuadas mas sim os locais onde corram perigo...As pessoas são retiradas, afastadas, levadas para longe, mas nunca evacuadas...Cuidadinho com a língua!

(6447) - CUMPRIR O DEVER...


Dois alentejanos estavam a trabalhar para o Departamento de Urbanismo da
Câmara de Serpa.
Um, escavava um buraco e, o outro, vinha atrás e voltava a encher o buraco.
Trabalharam num lado e depois no outro lado da rua.
No fim, passaram à rua seguinte, sem nunca descansar.
Um escavava um buraco e outro enchia o buraco outra vez.
Um espectador, divertido com a situação, mas não entendendo porque eles
faziam isto, foi perguntar ao cavador:
- Estou impressionado com o esforço que os dois põem no trabalho, mas não
compreendo porque é que um escava um buraco e, mal acaba, o parceiro vem
atrás e volta a enchê-lo...
O cavador, limpando a testa, suspira:
- Bem, isto pode parecer estranho porque, normalmente, somos três homens na
equipa; mas hoje o gajo que planta as árvores telefonou a dizer que está
doente!
Colab. Valdemar Pereira

(6446) - UMA PALETA...DE SABORES...


As originais compotas em bisnaga

A inspiração chega do universo da pintura. Estas compotas da meia.dúzia, dispensam os frasquinhos, as tampas, as colheres e facas. Os sabores, alguns bastante originais, apresentam-se em bisnagas de alumínio.
As bisnagas, com um design apelativo, remetem-nos para aquelas outras que arrumam as tintas acrílicas ou a óleo. Com as compotas meia.dúzia Portuguese Flavours Experiences (vendidas individualmente ou em embalagens de seis unidades, à escolha do cliente) não pintamos uma tela, mas barramos originalmente uma fatia de pão ou uma tosta.
De acordo com os promotores há vantagens na bisnaga em alumínio: “os doces não são expostos ao ar após abertura, e a fruta não oxida com a luz, mantendo as cores fortes e vivas”.
Alguns dos sabores apresentados pela meia-dúzia promovem combinações inusitadas (Pera rocha e groselha com cidreira e pimenta rosa, Groselha e Framboesa com Lúcia-Lima ), outros apostando em casamentos talhados ao sucesso (Pera rocha com Moscatel do Douro, Maça Bravo de Esmolfe com canela, Abóbora e Laranja com Mel, Canela e Amêndoa).
Em comum a esta mais de duas dezenas de combinações está a origem da produção. As compotas provêm da Quinta Nova, em Outiz (Braga).
A paleta de sabores meia.dúzia espraia-se por outras propostas. Há Vinho do Porto, Moscatel do Douro, Vinho da Madeira, especiarias, frutos Secos, aromas naturais, mel, licores, chás. Em comum a originalidade das embalagens.
Os produtos meia.dúzia podem ser adquiridos nos seguintes espaços.
meia.dúzia
Quinta Nova - Outiz - Rua de Bouças, n.º 62
Telefone: 252 111 845   E-mail: geral@meiaduzia.pt
 
Fonte - Sapo/Sabores


(6445) - SUBSÍDIOS PARA A REGIONALIZAÇÃO...

 


 

A Regionalização francesa (1980), um processo inspirador para Cabo Verde

Nota Introdutória: O objectivo deste artigo não é a defesa do modelo de Regionalização francês nem de qualquer outro modelo, mas sim mostrar que o processo que ocorreu neste país e a coragem dos líderes e principais actores políticos da época foi escola e pode inspirar muitos outros países que pretendem implementar esta Reforma.
Ao longo de todo século XX ocorreu na então centralizada França um amplo debate (similar ao que ocorre hoje em Cabo Verde) sobre e em torno da Regionalização. Este debate teve o seu recrudescimento nos anos 60, quando o país, num momento em que, não obstante o biombo ideológico entre esquerdas e direitas e entre conservadores e reformistas, a regionalização se tinha tornado um conceito e um projecto transversal a toda à sociedade e aos partidos franceses. Foi e ainda continuará a ser o debate crucial da modernização de um país, pois a França adoptou uma estratégia evolutiva da Regionalização, passou de um estádio básico para estádio bastante sofisticado. Com uma regionalização progressiva constituída por dois vectores  ̶  a Descentralização Institucional (Regionalização Política) e a Descentralização Funcional (Regionalização Administrativa)  ̶   a  França entrava na modernidade política, tornando-se num país descentralizado, e  juntava-se assim ao clube vanguardista da Europa, onde figuravam a Alemanha, a Suíça, a Bélgica, etc, e a outros no mundo. Com a queda do franquismo e a modernização da Espanha, este país descentralizou-se adoptando uma Regionalização tipo federal denominada Autonomia.
A França desburocratizou-se e descentralizou-se consideravelmente ao longo de cerca de 25 anos de Regionalização, desde o seu lançamento em 1980, e é considerada hoje um país regionalizado com uma governança moderna, a vários níveis (Estado, Região, Departamentos, Municípios, e Comunas) governada através de uma complexa e sinergética parceria entre o Estado e essas coletividades territoriais, caracterizada por: poderes descentralizados e a transferência de competências para todos os níveis do poder: os municípios, ‘os departamentos’ (sub-regiões) e as regiões. Convinha observar que contrariamente aos restantes países de referência a França continua a ter um Estado Central poderoso, mas flexibilizado ao ponto de partilhar poderes e soberania com as colectividades territoriais.
No início nos anos 60 do Século XX a história francesa teve uma brusca aceleração com a iniciativa descentralizadora de De Gaule, que infelizmente para este protagonista só seria concretizada 20 anos mais tarde pelo Presidente socialista François Mitterand (1980-1994). Antes desta reforma (1981), a França era dos estados mais centralizados da Europa e do mundo, e considerava-se a filha primogénita da revolução francesa de 1789, a herdeira perfeita do estado centralista napoleónico. Embora se autodefinisse como um Estado-nação (conceito também saído da revolução francesa e refinado por Napoleão, que definia a « república una e indivisível »), era um estado ‘monárquico’ todo-poderoso totalmente centralizado, dividido em províncias, ao gosto das elites parisienses que desfrutavam das vantagens e das facilidades de concentração dos recursos e poderes num curto espaço e tempo (Paris), mas não das populações provinciais. Como se sabe, o país formado da fusão de reinos continha na realidade os germes de várias nacionalidades. Para termos uma ideia da situação centralizada da França e do problema que essa mesma situação criava num país formado por territórios com forte identidade regional, nada melhor que ler os textos do geógrafo político André Siegfried escritos em 1913 sobre a sua organização administrativa e política: ‘Na Bretanha (região francesa), o Estado é o Deus ex-máquina, a cuja intervenção soberana se recorre logo que uma pequena qualquer dificuldade surge; dispensa um manancial de subvenções e subsídios e socorros, é o árbitro chamado ao mínimo sinal de conflito, é o protector dos ricos e dos pobres, e fornecedor do dinheiro necessário para o sistema funcionar’. Já Jack Hayward opõe em França uma regionalização organizada a partir do centro do poder a uma regionalização cujo objectivo é realizar uma autonomia autêntica da periferia, defendendo que os franceses fingem ignorar que a França é um país multinacional ao qual se sobrepôs um Estado unitário, situação incorporada mas não completamente digerida pela periferia do país. Neste contexto, Ezra Suleiman define as elites administrativas francesas da época, de esquerda ou de direita, como imperialistas e tentaculares, e irremediavelmente votadas ao centralismo. Segundo ela, a razão pela qual as elites eram fundamentalmente opostas a uma participação das populações e a uma verdadeira descentralização da França, não se prendia tanto a uma ideologia jacobina centralista (revolucionária ou herdeira da revolução francesa) mas sim ao facto de a descentralização lesar, à primeira vista, os seus interesses fundamentais e as suas situações pessoais. Para Pierre Grémion, ‘O paradoxo do centralismo é que o poder central omnipresente é na realidade um poder fraco. A omnipresença do Estado central não garante a sua omnipotência pois o centralismo é minado pelos poderes paralelos que se desenvolvem nas periferias e no centro’.
Foi de Gaulle, um grande homem de estado do século XX, dotado de uma forte personalidade, quem percebeu que o centralismo da França, herdado do estado jacobino napoleónico construído após a revolução francesa, já não era sustentável para um país que se queria modernizar politicamente e administrativamente. O centralismo francês constituía já um emperramento ao desenvolvimento da França, tanto do ponto de vista absoluto como comparado com o país vizinho, rival e principal parceiro, a Alemanha calvinista, reformista. Este país já possuía um dos modelos mais avançados de desburocratização e descentralização na Europa, e este modelo poderia talvez ser uma das chaves do sucesso alemão. Tal como a França tinha as suas regiões naturais (La Région), a Alemanha tinha os seus Landers, mas a França do ponto de vista organizativo ficava muito atrás, pois não reconhecia politicamente as regiões e era um estado centralizado e burocratizado, que emperrava a sua economia tornando-a talvez menos competitiva em relação à da Alemanha. De Gaulle resolveu vencer o conformismo, quebrar as resistências da sociedade francesa, a França ‘dos velhos notáveis senadores e da classe política conservadora’, bater-se pela modernização administrativa e política da França. Este combate não se anunciava fácil pois a influência das poderosas forças conservadoras adversas a qualquer mudança e modernização administrativa dos país era muito grande em França. Os opositores criaram cizânia na opinião pública, acusando falsamente os reformistas de desígnios subversivos e fautores de cessação. Hoje sabemos que estas acusações eram infundadas, revestiam essencialmente um carácter reaccionário. Num discurso em Lyon, de Março 1968, de Gaulle afirmou que o esforço multisecular da centralização da França não se impunha mais, e que o desenvolvimento regional fornecia o poder económico necessário para o desenvolvimento das regiões, sem ameaçar a Unidade do Estado Francês. Esta visão revelou-se justa. Todavia, a sociedade francesa ainda não estava preparada para a visão do seu líder. Para além disso, de Gaulle cometeu um erro fatal, que constituiu em referendar em 1969 uma reforma desta amplitude, num país que estava ainda sob o peso de conservadorismo e dominado por elites e forças antagónicas à menor reforma administrativa. Embora tivesse o apoio maioritário da opinião pública, como atestam os registos das sondagens, a reforma gaulista estava assim fadada ao fracasso. Os medos propalados no país e a cumplicidade dos grupos de interesse e das elites instaladas tiveram a última palavra. O velho general, derrotado, como grande democrata que era tirou as devidas ilações da derrota e abandonou o poder. Todavia, esta reforma tinha um forte apoio da oposição socialista, que soube transformar o projecto de De Gaule numa bandeira da campanha de 1980 e lançar um grande debate sobre a modernização da França logo após a vitória da esquerda. Coube a Miterrand, candidato a presidente da república francesa, incluir nas suas 100 propostas presidenciais a Regionalização como uma das reformas basilares do seu septenato, na sua visão reformista para a França. A importância desta reforma foi tal que ela tornou-se o ‘Grande Affaire’ do seu mandato, como se dizia então.  Hoje constitui, sem dúvida, uma das grandes heranças do seu governo e é reconhecida como uma das maiores reformas jamais empreendidas em França no século XX.
É com a vitória presidencial em Maio de 1980 de Miterrand e a enorme legitimidade adquirida pela maioria socialista, que o novo presidente confia ao seu 1º Ministro Pierre Mauroy a preparação de um projecto de lei que incluía um pacote de Grandes Reformas do Estado para a Modernização do país. Aprendida a lição da derrota gaulista, o poder socialista teve o bom senso de aprovar a reforma por via legislativa parlamentar, não obstante a forte oposição da direita francesa conservadora. Na defesa do projeto de lei, Gaston Defferre, o então ministro de Interior, amigo de velha data do presidente e um dos dirigentes da ala moderada socialista, declarou (Le Monde, 10 junho 1980) : « A centralização tal como existe actualmente em França constitui uma forma de governo, uma estrutura de organização política arcaica, paralisante, ultrapassada, que não responde às exigências da vida moderna e da competitividade entre as nações evoluídas ». « A descentralização (…) suprimirá serviços ministeriais parisienses que terão, repito, que fechar as portas. Sem isso, nunca, jamais, ocorrerá a verdadeira descentralização. Pois enquanto estes serviços funcionarem monopolizarão os “dossiers”,  e um dossier qualquer enviado para Paris para se decidir corresponde a uma tutela maior, tempo perdido e dinheiro gasto. Ora, é isto que o governo actual não quer mais. Não queremos mais exercer tutela sobre as colectividades eleitas ».  Votada na generalidade pela Assembleia Nacional francesa em Agosto 1981, “As Grandes leis da Descentralização”  intituladas « Leis Relativas aos Direitos e Liberdades das  Comunas,  Departamentos  e Regiões », a França estava, assim, lançada em 1981 na via da sua modernização administrativa e política. Todavia, este processo de Regionalização não foi levado até o seu termo e a Regionalização teve que evoluir durante 25 anos, pois os bloqueios internos no país resistiam sempre às reformas. A França metropolitana regionalizada e descentralizada continua a ser um Estado unitário, não Federal, compreendendo 4 níveis de descentralização através de colectividades territoriais e locais. Conta com 27 Regiões, incluindo a Córsega (embora este tenha hoje um estatuto de Autonomia especial). Cada região contém várias sub-regiões ( denominados ‘Departaments’), cada uma subdividida em vários  ‘Arrondissement’’, os mesmo divididos em  micro-estruturas administrativas, os ‘cantons’ e  as comunas . Assim para além da 27 Regiões, a França contem no total de 101 sub-regiões (‘Departaments’), 342 ‘Arrondissement’’, 4055 ‘cantons’  e 36680 comunas. Os Municípios em França não estão contabilizados nesta rede administrativa pois referem-se ao espaço das cidades capitais (em geral de Departamentos), portanto áreas delimitadas e reduzidas, pelo que é abusivo confundir Regionalização com Municipalismo. Acresce-se ainda a esta estrutura um grande número de territórios autónomos do chamado Ultramar francês.
A França mostrou que o processo de Renionalização não é um processo acabado mas sim progressivo. Este país tem vindo a aperfeiçoar a sua Regionalização, com leis sucessivas, ao ponto de hoje o país, do ponto de vista de descentralização, se aproximar cada vez mais dos seus países vizinhos, nomeadamente a Alemanha, que é sempre e em tudo, o seu modelo de referência. É assim que sucessivos governos franceses têm tido diferentes agendas políticas de reformas no sentido de uma maior descentralização do Estado (2002, 2004, 2012). Ao longo dos 25 anos de progressos na Regionalização, concedeu-se a autonomia à Córsega e ao Ultramar francês, atribuiu-se a autonomia financeira e fiscal às regiões (a chamada reforma estrutural da fiscalidade local), permitindo-lhes financiarem-se directamente a partir dos impostos cobrados localmente. Instaurou-se o referendo local e regional e implementou-se a Carta Europeia das Autonomias Locais que consagra definitivamente os direitos das colectividades, as suas competências e a alocação de recursos financeiros às mesmas. Por fim, a revisão constitucional de 2010 sobre a Descentralização e a Regionalização, constituindo um grande avanço em todo o processo e consagrando transferência de competências e de estruturas para as colectividades locais. O actual presidente François Hollande defendeu, enquanto candidato, uma nova vaga de descentralização, tendo já entre mãos um vasto estudo sobre a nova Reforma do estado francês. Com a Regionalização conseguiu a França continuar a ser um Estado unitário (não Federal) forte, ao mesmo tempo dotado de níveis de regionalização e descentralização importantes. O melhor dos dois mundos terá sido conseguido?!

                                                                              José Fortes Lopes

PS: Este artigo constitui o pano de fundo para um próximo em defesa do modelo de Regionalização Política que considero mais adaptado à situação actual e à realidade arquipelágica de Cabo Verde, e que possa dinamizar as ilhas periféricas do país. Talvez uma nova esperança para Cabo Verde poderá ressurgir no horizonte!

 Bibliografia:
1-La Régionalisation, une histoire de plus d’un demi siècle. http://www.arf.asso.fr/histoire-du-fait-regional
2-Les socialistes et la régionalisation sous la Vème République (1958-2009).http://www.revuesocialiste.fr/2010/02/16/les-socialistes-et-la-regionalisation-sous-la-veme-republique-1958-2009/4/
3- Pierre Grémion, Le Pouvoir périphérique : bureaucrates et notables dans le système politique français, Paris, Ed. du Seuil, 1976, pp. 285-286, cf. pp. 248 et 304.
4-http://www.vie-publique.fr/decouverte-institutions/institutions/collectivites-territoriales/principes-collectivites-territoriales/qu-est-ce-que-decentralisation.html
5-http://www.revue-pouvoirs.fr/IMG/pdf/Pouvoirs19_p103-118_peripherie.pdf
6-http://fr.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9centralisation_en_France
7-Regional Government in France & Spain. http://www.ucl.ac.uk/spp/publications/unit-publications/64.pdf
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14-http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/nej/article/viewFile/1620/1326
15-The New Regionalism in Western Europe: Territorial Restructuring and Political Change, Edward Elgar Publisher, 2000
16-Hans-Jürgen Puhle, Regions, Regionalism, and Regionalization in 20th-Century Europe, http://www.oslo2000.uio.no/program/papers/s9/s9-puhle.pdf
16-THE ECONOMIC ASPECT OF REGIONALIZATION OF EUROPEAN COUNTRIES
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17-Regionalisation and Globalisation, conflicting or linked processes?
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18-Martin W. Lewis on September 1, 2010The Nation, Nationalities, and Autonomous Regions in Spain Source: http://www.geocurrents.info/geopolitics/the-nation-nationalities-and-autonomous-regions-in-spain#ixzz2p9Ybk9JS