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domingo, 31 de agosto de 2014

[7335] - "FAITS DIVERS"...

As televisões têm o hábito de convidar pessoas das mais diversas profissões e interesses para comentar a imprensa diária...
Claro que não sabemos quais os critérios que presidem à escolha desses comentadores de ocasião mas, hoje, apareceu um que me deu que pensar. Tratava-se de alguém ligado à recente re-inauguração do Cinema Ideal, ali para os lados da Praça Camões, e que, a certa altura, calhou referir-se ao jornal Correio da Manhã...Segundo ele, trata-se de um periódico com pergaminhos firmados, credível e imparcial, pelo que estranhava o fundamento da notícia que, em primeira página, dá conta do facto de um antigo dirigente do Sporting ter vendido uma mansão de 7,5 milhões! 
Porque a jornalista de serviço não quis - ou não soube - aprofundar as razões do seu convidado, ficamos por saber se o homem, sendo sportinguista, achava mal expor assim um ex-presidente do seu clube ou, sendo benfiquista (ou portista...) se inciumava com o destaque concedido a um ex-dirigente do clube rival... Ou se achava a notícia tão pouco interessante que estranhava que tivesse guarida na capa de um jornal que ele considera de elite...
As dúvidas, essas, subsistem, porque os jornalistas das nossas televisões nunca tiveram jeito para fazerem coisas de jeito!

sábado, 30 de agosto de 2014

[7334] - HISTÓRIA EM FORMA DE FERRO-VELHO...


 Fotos FaceBook - Seleccionadas por José F. Lopes



[7333] - POEIRA DO TEMPO...


ALMADA, André Álvares d’ – Relaçaõ e descripçaõ de Guiné: na qual se trata das varias naçoens de Negros que povoaõ, dos seus costumes, leys, ritos, cerimoniais, guerras, armas, trajos, da qualidade dos portos, e do commercio, que nelles se faz.
Lisboa Occidental: na Officina de Miguel Rodrigues – 1733.

… “ André Álvares de Almada foi o primeiro escritor luso – caboverdiano, pois nasceu no século XVI na ilha de Santiago, Cabo Verde, sendo filho do capitão Álvares de Almada, “nobre e um dos principais daquela ilha” e de uma “mulher parda”, e “neto de uma mulher preta por parte de sua mãe”. Esta personalidade, fruto da miscigenação dos Descobrimentos, foi “capitão” e comerciante nas Ilhas de Cabo Verde e na Guiné, e, em 1598 foi recompensado com o hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Destacou-se nos anais da historiografia portuguesa e expansão porque, em 1594, nos deixou um precioso manuscrito com um tratado breve dos rios da Guiné do Cabo Verde e dos Rios Sanaga ate aos baixos de Santa Anna”…
..” O tratado de André Álvares de Almada é um clássico para o conhecimento da história de regiões e povos africanos na África Ocidental, nas suas vertentes etnográficas, antropológicas, históricas, geográficas e económicas.
José M. Garcia ( 2006)

Nota importante: O livro encontra-se em formato digital, podendo ser lido em:
http://www.archive.org/details/ relaaedescrita OOalma
Pesquisa de A.Mendes

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

[7332] - A NOVA INQUISIÇÃO...

SOB A CAPA DA CRIAÇÃO DE UM CALIFADO PRETENSAMENTE  REGENERADOR,  ESTÁ  IMPLANTADA NO MÉDIO ORIENTE a 
SANTA INQUISIÇÃO DA ERA MODERNA NUMA OFENSIVA CONTRA A PRÓPRIA CIVILIZAÇÃO, TUDO ANTE A COVARDIA INSTITUCIONAL DO CHAMADO MUNDO LIVRE…


Adriano Lima - 30 de Agosto de 2014 às 14:06, disse:

É inacreditável que o chamado mundo livre não mande tocar os sinos a rebate para pôr cobro a isto. Pôr cobro a isto significa mobilizar as nações em ordem a colocarem no terreno forças militares unidas com o objectivo de eliminar de vez esta ameaça à humanidade. Não entendo como as consciências lúcidas assistam a tudo isto e consigam dormir tranquilamente. 
Pergunta-se para que servem as Nações Unidas, qual é a agenda do seu Conselho de Segurança. Pois é… nenhum justo pode fazer de conta de que tudo isto é ficção ou não existe só por não estar no nosso quintal. Mas quem assim pensa se esquece de que os quintais estão hoje em dia cada vez mais contíguos. Na Inglaterra, David Camerom parece ter acordado. Espera-se que o seu alerta penetre nos ouvidos moucos. 
É certo que este problema tem origens e causas que a História pode explicar. Isso percebeu muito bem o Lourenço da Arábia, quando a queda do Império Otomano não foi seguida de uma solução política para o Médio Oriente senão à medida das conveniências da Europa. Mas nada justifica a actual barbárie gratuita, a afronta aos nossos mais elementares sentimentos humanos. Se a História ou a ciência podem ter algumas explicações para certos desmandos e aberrações do comportamento individual e colectivo, as mesmas podem também demonstrar que para fenómenos radicais as soluções podem também ser doseadamente radicais. 
Parece que estamos num ponto em que ou se extirpa o mal ou ele nos liquida a todos. Por vezes, mais vale amputar um membro para salvar o corpo. A decisão reveste grande complexidade do mesmo modo que a solução exige um cuidadoso acerto diplomático e meticulosa articulação de meios e procedimentos. O Ocidente tem de rever as suas cartilhas sobre geopolítica e os seus conceitos sobre democracia, porque uma e outra têm sido fonte de equívocos e mal-entendidos, simples instrumentalização de interesses nacionais egoístas e muitas vezes inconfessáveis. 
Todo este fenómeno do radicalismo Jihadista que está assolar o mundo árabe só ganhou alento com o apoio do Ocidente ao derrube dos líderes de mão de ferro que lhe seguravam as rédeas. Saddam Hussein, Kadhafi, Mubarak, e agora Bashar al-Assad, o último resistente. O Ocidente misturou os pés com as mãos e colocou-nos numa grande alhada ao derrubar, assassinar ou censurar esses líderes. Não foi feita uma atenta auscultação ao radicalismo islâmico. Por isso é que digo que a decisão é complexa porque passa pelo reconhecimento dos clamorosos erros cometidos e pela denúncia dos grandes interesses que à sombra apoiam financeiramente o radicalismo islâmico. Neste âmbito, há que denunciar a hipocrisia política de algumas monarquias árabes do Médio Oriente como a Arábia Saudita. Em suma, o mundo tem de ser de novo arrumado, mas enquanto esse desiderato não é atingido tem de se pôr cobro à violência inaudita e demencial que vem ultrapassando todos os limites da tolerância desta nossa civilização.


[7331] - UMA GRANDE DOSE DE...NADA!...

Assim vão as coisas por estes lados… Um bocadinho de mau… Um bocadinho de péssimo… Mau e péssimo…
Acabo de ler isto: “Sal: Feira de negócios promove pequenos empresários – Uma feira de negócios está agendada para este sábado, 30, na ilha do Sal, numa iniciativa da Agência Desenvolvimento Empresarial e Inovação, da Câmara Municipal do Sal e da ProConSal. Trata-se de um espaço de promoção dos médios, pequenos e micro empresários.”…
Muito bom, adoro o espírito de iniciativa e de quem quer chegar mais longe. Vontade de progredir, de promover atitudes e, principalmente, dinamizar a economia que por si só e, por estes lados, está quasi congelada. Nós, do Mindelo, esperamos apenas pela FIC (que antes tinha domicílio nesta ilha e que agora, só a vemos ano sim, ano não… uma tal EXPOMAR que apenas serve para mostrar um pouco do nada enquanto alguns confraternizam no bar instalado ao ar livre – sem grandes impactes). Uma feira agro-pecuária local e localizada, com alguma visibilidade mas que precisa de se expandir… se a vontade de fazer não for embora, claro.
Mas São Vicente continua a desenvolver técnicas e tácticas de uma dinâmica do nada (cousa irrelevante)…
Temos Porto? Temos… Temos Aeroporto (usá-lo para carga aérea)? Temos… Temos espaço para fábricas? Temos… Temos logística? Temos… E o que fazemos? Naaaaaaada... Porque não criar feiras regionais (Santo Antão, São Vicente e São Nicolau) onde se possam promover encontros/debates/vendas entre os médios, pequenos e micro empresários desta região, também? Produtos agrícolas, pecuária, bens e serviços que podem interagir… criar sinergias ou até mesmo criar cooperativas regionais que promovam a exportação da produção regional… muita coisa, muita coisa pode ser feita.
Em São Vicente domina a prestação de serviços… por isso, devemos trabalhar com quem tem produção para, juntos, criarmos a ECONOMIA DE ESCALA. Atrair fábricas de embalagem e conservação de produtos, para a tal exportação…
Mas voltando à teimosia do nada, vemos que São Vicente vive sempre com uma máscara de ferro chamada “Dona Inércia”… e que funciona num regime de “soro hospitalar”, onde as iniciativas aparecem e desaparecem, lentamente... E, depois, “secam”, para não mais voltar!

Gente, nô mexê… porque, atrás, vem gente! Ou vamos dar-lhes a 2ª via da "Fome de 40"?

Tenho dito…
Deluca Leite Monteiro
29 de Agosto de 2014

In Noticias do Norte

{7330] - RIBEIRÃO - S.ANTÃO...

Foto - John Leão (Novembro de 2012)

[7329] - OBRAS DE FACHADA...

Infelizmente os congressistas, com essa mania da pontualidade, não esperaram que se concluísse a pintura de todo o edifício...
Parafraseando Onesimo, "Congresso cabá, pintura de fachada cabá!"
Fotografia da pintura inacaba.... à espera do próximo Congresso!!!
Silva António

Antigo Liceu Gil Eanes - S,Vicente (Cabo Verde)

[7328] - OPINIÃO DESCOMPROMETIDA...

FaceBook - Maria Verdiana

"Enquanto o governo afunda o país, a oposição dorme..."
Se o país está à deriva a culpa é de todos, incluindo a oposição.
País desgovernado.
Este é um artigo que não vai agradar a nenhum político de profissão.
Falaremos de fato da indolência cronica tando do partido do Governo (PAICV) como dos dois que estão na oposição (MPD - UCID).
O quadro de gestão do país é dramático. O desemprego é galopante, os transportes são desorganizados, as empresas do estado estão todas falidas, a saúde não dispõe de algodão, a segurança não consegue controlar quatro delinquentes e as políticas de desenvolvimento continuam a ser inexistentes.
Bem, se a responsabilidade e as falhas do governo são óbvias e evidentes, também está a ir mal o trabalho que deveria ser da responsabilidade das forças da oposição: nada de concreto para querer que o governo recupere um país que está á deriva.
Haveria condições para incriminar os indivíduos responsáveis pelas respetivas áreas, mas ninguém avança.
Haveria condições para trazer as pessoas para as ruas, mas isso é considerado muito perigoso pelos mesmos opositores.
Haveria condições para declarar que os cabo-verdianos, na verdade, tendo que pagar metade do salário para voar de ilha para ilha, estão sequestradas em sua ilha natal, mas mesmo neste caso, não levantam qualquer problema.
Haveria condições para fazer muito mais, mas nenhuma iniciativa é tomada.
A nenhum dos lados convém tomar medidas drásticas. Governo e oposição têm todo o incentivo para deixar as coisas como elas estão.
Trazer as pessoas para as ruas criaria um precedente perigoso porque, mais cedo ou mais tarde, este mesmo povo se iria revoltar contra aqueles que tomaram essa iniciativa.
Elevar o tom do debate político não convém minimamente á oposição porque poderia incentivar alguém para fundar um novo partido ou, pior ainda, um movimento de cidadãos de boa vontade.
Incriminar um colega político, mesmo se da oposição, não convém porque "a casta não ataca a casta."
Acusar de roubos e de abusos quem está no governo não convém porque, mais cedo ou mais tarde, mesmo quem está na oposição vencerá as eleições.
Em suma, para os três partidos que se sentam no parlamento, as coisas estão bem como estão.
Pouco importa ao político que tem um gerador se a Electra não fornecer energia.
Quem faz de político já tem um trabalho que é capaz de garantir economicamente toda a sua família até à segunda geração.
Quem faz de político tem descontos nos transportes e permanece nas salas VIP e é avisado a tempo, se os voos estão atrasados ou cancelados.
Quem trabalha como político trata-se no exterior e não arrisca a má saúde.
Quem se senta no parlamento tem uma longa lista de benefícios e privilégios que correriam o risco de perder ou de reduzir se a casta não permanecer unida.
Tudo isto é uma grande pena, porque as pessoas têm direito a um governo forte, capaz e eficiente e a uma oposição atenta, dinâmica e provocadora.
Se o país está à deriva a culpa é de todos, incluindo a oposição.
Cidade e Município de Santa Maria, 27 Agosto 2014

Adriano Evora

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

[7327] - É IMPORTANTE (E URGENTE) REGIONALIZAR - Parte 2

Desbravando o terreno do Debate da Regionalização
 Na realidade, Cabo Verde é um arquipélago, logo regionalizado pela natureza, e precisamente esta realidade contraria à uma visão continental e centralista da elite actual no poder, que finge ou teima pensar num país com homogeneidade territorial. Quando a realidade incomoda, ou se insurge contra ela ou se faz como a avestruz.
Ao re-equacionar Cabo Verde como uma realidade arquipelágica, a Regionalização surge como corolário, uma consequência natural. Não é por nada que os descobridores portugueses do século XV classificaram o arquipélago, de acordo com as suas características climatológicas e geográficas, em dois grupos de ilhas Barlavento (de onda sopram os ventos) e Sotavento (a face oposta aos ventos). A administração colonial, reconhecendo esta realidade, tentou nos anos 70 do século passado oficializar politicamente esta realidade regional que já era uma realidade económica no arquipélago: o Pólo Barlavento, associado a S. Vicente e configurando o pólo marítimo, comercial e industrial do arquipélago, ao qual quiseram dar um conteúdo político com a transferência da capital para a cidade do Mindelo; o Pólo Sotavento, associado a Santiago, configurando o pólo agrícola do arquipélago e dando expressão à vocação da ilha. Estas ideias corresponderam ao primeiro pensamento regionalista em Cabo Verde. Na realidade, o que propõem os Regionalistas actualmente é dar força jurídico-política a esta realidade criada pela própria natureza, resolvendo os problemas que a separação física, o afastamento do centro de decisões políticas e económicas criam à periferia do país, em prejuízo das suas populações. Com a nova ordem política no país, a situação de periferia no arquipélago não será mais um obstáculo ao desenvolvimento integral do país. Na realidade, como já explicámos bastas vezes, a regionalização que propomos consiste numa reorganização política e administrativa que rompa com o centralismo e faça reverter a macrocefalia do Estado. Em suma, importa contrariar a estratégia política que resultou num processo contínuo de transferência e concentração de recursos humanos e económicos numa única ilha e cidade, reduto em que se instalou e entrincheirou todo o Estado, ao arrepio de uma visão mais integradora, e originando uma escalada de efeitos recíprocos e multiplicadores de um processo nocivo que é agora difícil travar. Esta visão e doutrina centralista do Estado de Cabo Verde, que muitos eufemisticamente ou cinicamente caracterizam de Unidade Nacional, tem todos os efeitos perversos já denunciados.
Um outro argumento recorrente apresentado pelos detractores da regionalização que é que ela acarreta custo para um país pequeno e de recursos limitados. Este argumento foi também desmontado de maneira exaustiva no Memorando da Regionalização, mostrando que a estrutura do Estado de Cabo Verde é pesada e desmesurada para as possibilidades do país, para a sua dimensão geográfica e para a sua realidade demográfica, e que é necessário o emagrecimento do Estado em muitos sectores, a começar pelo governo, a assembleia nacional, as câmaras e as assembleias Municipais, e a traduzir-se na redução do número de ministérios, secretarias de estado, deputados nacionais e municipais, e a acarretar a extinção ou adequação de órgãos e serviços afectos ao seu funcionamento e redundâncias. O próprio MPD mostrou recentemente no seu projecto as vantagens a longo prazo para Cabo Verde da Regionalização. Com vemos há muito tempo afirmando ela deve pois ser acompanhada de uma incontornável reforma incluindo a reorganização política e administrativa do Estado. Na realidade, o que pretendem os partidários da regionalização defendem é uma autêntica reforma que resulte numa maior integração nacional num projecto de desenvolvimento equilibrado de todas as parcelas do seu território, preparando o país para os desafios do futuro. Aparentemente, uma tal política, na visão de alguma elite que se apoderou das rédeas do país e o centralizou esta reforma põe em causa a ‘Unidade do País’, um espantalho à medida do estado de ignorância e estupidez intelectual que ela pretende votar a população cabo-verdiana. 
Não sobrando mais argumentos, os neo-conservadores cabo-verdianos (tal como nos EUA ex progressistas) entrincheiraram-se na inviolabilidade da actual Constituição, transformando-a numa autêntica Linha Maginot, tida como intocável, intransponível para a regionalização. Aparentemente existem em Cabo Verde até fundamentalistas da actual constituição de inspiração quase divina tal Tábuas de Moisés cabo-verdianas. Assim, alterar pontualmente a Constituição para adaptá-la ou ajustá-la aos novos tempos e às novas vontades políticas, é para eles um crime de lesa-estado. Mas é precisamente o que defende Corsino Tolentino no seu artigo Cabo Verde - A regionalização implica a reforma do parlamento, uma posição que denota honestidade intelectual do autor. Com efeito a Constituição, que se reclamava de reformista nos anos 90, hoje parece ser olhada com laivos de um retraimento conservador, porque na realidade ela é o último refúgio da actual elite cabo-verdiana, a garantia de um statu-quo tão conveniente aos adeptos do centralismo para o qual parece encaixar como uma luva. Nada fazer para alterar a situação equivale a legitimar a condenação da periferia do país à atrofia total e a eternizar o actual atoleiro político, social e económico em que se encontra em Cabo Verde. 
A maneira como a transição para a Regionalização se processará dependerá do empenhamento da sociedade civil e de uma maior e melhor consciencialização sobre a problemática. Neste sentido convém recordar que o fim do sistema de partido único e a transição para a democracia plena não teriam acontecido sem o empenhamento e a pressão da sociedade civil, não descurando também o facto que factores exógenos associados à abertura política no Mundo e a queda no bloco de Leste europeu tenham sido determinantes. Convém lembrar também que as mudanças em Cabo Verde têm tido sempre os seus epicentros no estrangeiro, nomeadamente no seio das Diáspora mais esclarecidas. Embora seja evidente o consenso dos dois partidos do arco do poder sobre uma regionalização minimalista, este assunto está longe de estar fechado, esperando um melhor posicionamento dos diferentes actores políticos nesta matéria em função da evolução do debate que se anuncia aberto. Neste sentido a demissão dos movimentos da sociedade civil, convencidos que a regionalização já está decidida ou ganha, seria nesta fase a pior conselheira e um erro crasso ou cobardia. Nada está ganho e os partidos estão impacientes para dissolver o espírito da Regionalização, na primeira oportunidade. Uma vez que questão da Regionalização é hoje um dado aceite, o que importa debater neste momento, de maneira aberta e democrática, é qual o melhor modelo para a Regionalização de Cabo Verde? Nesta matéria o livro lançado em Cabo Verde e na Diáspora Cabo Verde: Os caminhos da Regionalização constituem uma ferramenta útil para o debate, ou teremos lançado uma outra autêntica Pedrada no Charco da estagnação pantanosa do país.

[7326] - O SENTIDO DAS PALAVRAS...

Escolha de A. Mendes

[7325] - PRESERVAR A HISTÓRIA...


Anda por aí uma petição pública pela preservação dos "brasões florais" da  Praça do Império, nos seguintes termos:

"A Câmara Municipal de Lisboa tem como projecto, já em fase de lançamento concursal, reabilitar o jardim da Praça do Império, excluindo dessa intervenção alguns brasões por, alegadamente, serem "simbolos do colonialismo", segundo o Senhor Vereador José Sá Fernandes. 
Os signatários vêm, por este meio, manifestar a sua total oposição a esta iniciativa da CML, visto ser uma atitude de branqueamento da história, de alteração do património cultural de Lisboa e do País, apenas por questões ideológicas, tentando apagar parte do que foi o legado histórico comum, bem como destruindo um dos últimos redutos da Exposição do Mundo Português de 1940. 
Peticionam a CML no sentido de colocar um fim a este procedimento e iniciar um outro que leve à reabilitação dos brasões, respeitando a sua imagem e configuração original. 
Esta petição será apresentada na Assembleia de Freguesia de Belém, numa proposta com o mesmo conteúdo, que será enviada, depois de aprovada no final de Setembro, enviada à Câmara Municipal de Lisboa e à Assembleia Municipal."

[7324] - O "REI" EM FUGA...

Foto de Kalina Aleksander

[7323] - NÃO ODEIES...


NÃO ODEIES O TEU INIMIGO...
OU TORNAR-TE-ÁS SEU ESCRAVO !!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

[7322] - MARY POPPINS - 50 ANOS...


Foi em 1964 que estreou "Mary Poppins" um dos maiores musicais de todos os tempos que passou para o léxico universal um neologismo "piramidal"...

 SUPERCALIFRAGILESPIRALIDOSO !!! 

[7321] - POEIRA DO TEMPO...


Estando em visita na Ilha da Boa Vista aonde tinha ido para evitar que a ordem publlica fosse alterada pelos escravos, soube que tinha naufragado no norte da Ilha de São Nicoláu um grande navio carregado de madeira, sem que se podesse conhecer o nome qualidade e Nação do navio por estar desfeito em poucas horas; e que por uma insignificante quantia havia sido arrematada toda a madeira que se salvasse. Devendo os salvados pertencer ao Estado visto não se poder descobrir a quem pertencia o navio, e havendo grande precisão de madeiras para obras publlicas e por outro lado para evitar motivos a futuras reclamações, transportei-me imediatamente á Ilha de São Nicoláu atravessei por terra a ilha e fui ao próprio logar do naufrágio; fez-me grande impressão ver que valores importantíssimos se estavão perdendo pois o mar lançando a madeira contra as rochas reduzia a sarradura enormes vigas de sessenta pés de comprido sobre quatro palmos de grossura em quadro de optimo pinho de Suécia.
Os arrematantes dos salvados me fizerão donativo para obras publlicas de todo o vigamento que se salvasse, e desde logo encarreguei o Bacharel José Maria Pinto da Costa, que nomeei Administrador do Conselho da Ilha de São Nicoláu, do salvamento de toda a madeira; de que com uma despeza de cento e dez mil reis (110$000) se tinha conseguido por em terra mil e quinhentas vigas grandes, mas um pouco raladas do mar, e cento e cinquenta que estavão intactas, com sessenta pés de comprimento e quatro palmos de grossura, o que não vale menos de doze a trese contos de reis, mas que estando em um ponto aonde não podem fundiar navios nem havendo caminhos para a levar por terra para outro ponto de fácil embarque sem grandes despezas, temos d’esperar pelo mez de Abril em que não há temporais n’aquella costa para embarcar as madeiras sobre vellas, sendo levadas por um cabo de vai vem; até esse tempo as vigas serão serradas em menores demensões apropriadas aos edifícios publlicos que há a fazer…
Mas n’esta Provincia não há um navio próprio para carregar madeiras, nem se encontra na praça para fretar, e por isso rogo a V.Exciª., novamente, se digne mandar para estar ás minhas ordens o Patacho São Pedro, o qual poderá vir carregado de mantimento/ que a Junta da Fazenda pode pagar, para socorrer os habitantes da fome, depois levará á Guiné em Janeiro o Destacamento, o Juiz de Direito e o Governador Geral, e virá de lá carregado de madeiras, da costa, e de mantimentos, e poderá então trazer da ilha de São Nicoláu para a de S. Vicente e de SanThiago a madeira que foi doada ao Estado.
Ouzo esperar que V.Eciª. acederá a este pedido, sem o qual não poderei fazer os edifícios que tão essenciais se tornão para o serviço, não, poderei ir, como a Lei manda visitar a Guiné, e não será rendido o destacamento o que é muito prejudicial para a ordem publlica.
O donativo de madeiras e de milho para sementeira da Ilha da Boa Vista que acabão de me fazer os principais habitantes da Ilha de São Nicoláu provão a V. Exciª. o meu Governo é ou não popular n’esta Provincia. So nisto tem o Estado lucrado importância muito superior a quantia que despenserá com os meus ordenados no tempo do meu Governo.
É esta mais uma recompensa que tenho tido d’um trabalho superior ás minhas forças phísicas, e ao meu estado de saúde e que bem me indemniza dos estragos que tenho sofrido no meu estado sanitário se V.Exciª. me auxiliar para poder acabar a minha obra.
DEOS GUARDE


Nota: Esta carta não está assinada / Ao tempo (1855) era Governador da Província: António Maria Barreiros Arrobas.


Pesquisa de A,Mendes

[7320] - É IMPORTANTE (E URGENTE) REGILONALIZAR - 1ª Parte


1ª parte: O Rescaldo dos Três Fóruns Partidários
O mês de Maio de 2013 foi um mês bastante profícuo para debates sobre o Futuro de Cabo Verde. Ocorreram 3 Fóruns partidários importantes sobre a Regionalização em que os principais partidos debateram a problemática da Regionalização em Cabo Verde e o Fórum da Transformação, onde Carlos Lopes, convidado vip e alto funcionário da ONU, terá lançado uma autêntica Pedrada no Charco da estagnação pantanosa do país. Estes eventos coincidiram com o Memorando da Regionalização enviado pelo Grupo de Reflexão da Diáspora.
A UCID apresentou um modelo de Regionalização muito próximo do modelo que defendo para Cabo Verde, ou seja uma sorte de Federalismo Regional, e que mereceu da parte Grupo de Reflexão da Diáspora um voto bastante favorável, na expectativa de que este partido tenha um papel mais activo no debate que parece querer agora ganhar livre curso.
‘Contre toute atente’, JMN apresentou no Fórum do PAICV uma abordagem bastante construtiva, parecendo distanciar-se de uma certa ala conservadora, e abrindo aparentemente portas para o diálogo e a evolução do debate sobre a Regionalização, incluindo talvez um compromisso negocial. Reconheceu a necessidade de reformas modernizadoras do Estado, a Descentralização e a Desburocratização do país, e pela primeira vez aceitou que a Regionalização é um caminho, um grande desafio e uma oportunidade para Cabo Verde. Para além disso, JMN pareceu defender (?) aquilo que andamos a pregar há anos a fio no deserto: ‘que a regionalização não deve ser vista como uma simples reforma da Administração Pública, mas sim como um processo mais amplo no quadro da reconfiguração do Estado de Cabo Verde. Por isso, aconselha que a prosseguir com o seu debate no sentido de se escolher um modelo que melhor serve os interesses das populações de Cabo Verde’. Talvez, Em boa hora terá apercebido (?) de que para além de um debate estrito sobre a Regionalização se deva avaliar o actual desempenho da máquina do Estado, para pô-la ao serviço de mais e melhor desenvolvimento. Todavia, o dirigente do PAICV continua a advogar a Regionalização Plano/Supra-Municipalismo, terminologias técnicas opacas, que não escondem os seus propósitos e as declarações iniciais sobre a Regionalização, que se resumem em termos práticos na atribuição de delegacias do governo para as Ilhas, similar ao que acontecia na 1ª República. Se disso houvesse dúvidas elas ficaram completamente desmentidas pois em Julho 2014 confirma este prepósito, defendendo a necessidade de compromisso entre os partidos políticos, aprovado no Parlamento, para “avançarmos gradualmente com criação das autarquias supra-municipais". "Teremos que para isso fazer um aprofundado estudo sobre as finanças locais”. Todavia acrescenta uma novo dado na equação afirmando ”que o municipalismo deverá ser mais forte com a criação de um novo estatuto dos municípios e de uma nova lei das finanças locais que delimitem as atribuições entre o Estado e as autarquias locais”. De uma assentada parece defender duas coisas aparentemente politicamente contraditórias no território das nossas ilhas e que acarretará custos desnecessário, a instauração do Supra-Municipalismo e o reforço do Municipalismo. De que estudo tirou esta conclusão ou terá vindo da sua intuição? Como fazer duas reformas em simultâneo sem uma análise e ponderação objectiva. Mesmo não sendo favorável a esta reforma, dá para entender um Supra-Municipalismo sem um novo conceito de Municipalismo? Confirma-se assim o facto que o dirigente do PAICV preferir a via que caracterizamos de não Regionalização, o Supra-Municipalismo, não querendo portanto tocar nas prerrogativas centralistas do sistema, uma atitude que visa a proteger a todo custo uma nova nomenclatura centralista. Para além disso ao querer concentrar o debate na esfera partidária, pretende excluir qualquer contribuição da sociedade civil no debate que se impõe transformando a Regionalização num puro ‘affaire’ partidário. Todavia, pensar em promover a descentralização do Estado sem debater a fundo (politicamente e tecnicamente) as questões da modernização da máquina do Estado, do tipo de Reforma, o modelo de Regionalização mais adaptado à realidade de Cabo Verde, redundará, de certeza, numa mão cheia de nada e um sério risco.
A persistir nesta via, não ficarão mais dúvidas o PAICV confrontado entre uma perspectiva progressista de evolução socio-política e económica para o país, prefere a via do statu-quo que garante os seus supremos interesses partidários.
Por outro lado, os principais líderes do MPD parecem ter expresso no Fórum uma clara vontade reformista para Cabo Verde que decorre da essência deste partido fundado nos anos 90 e nascido em oposição ao sistema de Partido Único. Os seus líderes alegam actualmente que o Programa deste partido incluía desde a partida a Regionalização. Embora lhes possa dar o benefício da dúvida, o conceito que defenderam nos anos 90, não tendo sido devidamente estudado, revela-se hoje muito rudimentar, tendo-se limitado à contestada nomeação de Governadores Civis para S. Vicente, iniciativa em todo equivalente aos Delegados do Governo da 1ª República. Embora o Supra-Municipalismo fosse um conceito avançado nos anos 90, precisamente por ter sido mal trabalhada e definida, a sua fragilidade política era evidente no quadro da então recém-adoptada Constituição e da guerrilha política da altura, pelo que o cargo foi pura e simplesmente abolido com a chegada ao poder do partido com uma visão mais centralista, o PAICV, em 2001.  
Embora louvável a intenção de integrar a Regionalização nas propostas do futuro (?) governo MPD, a Constituição, que alguns apontam como pano para todas as mangas, era e continua sendo vaga sobre o conceito de Regionalização, que hoje, como vai sendo público, remetem simplesmente para o conceito genérico de “Supra-Muncipalismo”, tentando assim convencer o cidadão menos prevenido de que afinal o Ovo de Colombo esteve sempre em cima da mesa. 
Hélas, teme-se que os actuais protagonistas desta regionalização não estejam ‘atrasados de uma guerra’.
É assim que, chegando ao fim do processo da socialização das propostas partidárias sobre a Regionalização, os defensores desta reforma conseguiram uma pequena vitória, na medida em que anularam, pelo menos a nível partidário, as campanhas viciosas, difamatórias e intelectualmente desonestas, orquestradas a partir de alguns sectores mais reaccionários desses mesmos partidos e de certos estratos sociais confortavelmente instalados no centralismo, que, paradoxalmente, outrora lideravam as alas ‘progressistas’ em Cabo Verde, e que hoje são visceralmente opostos a qualquer mudança no país. O primeiro argumento insidioso que foi desmontado, foi que os proponentes da Regionalização seriam grupos radicais separatistas que pretendem pura e simplesmente a Independência de S. Vicente (Imaginem), intentando contra a unidade do país. Mas este é argumento tão simplório e ridículo que nem sequer pode entrar num debate sério.

[7319] - COINCIDÊNCIAS (?) ...



O arquitecto Manuel Salgado, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, com o pelouro do urbanismo, autorizou a demolição do quartel de bombeiros mais moderno de Lisboa, que fica paredes meias com o Hospital da Luz (BES), pois este hospital pretende expandir a sua área.
Este quartel custou, há poucos anos, no tempo da megalomania, cerca de 12 milhões de euros.
Agora, aqui vai o melhor:
1. O arquitecto Manuel Salgado, vereador da Câmara de Lisboa, é o autor do projecto de expansão do Hospital da Luz;
2. O arquitecto Manuel Salgado é primo direito do Ricardo Espírito Santo Salgado!
E esta?...
Este mundo é realmente uma aldeia, não acham?!...

Enviado por Manuel M. da Silva

[7318] - VOLTAS TROCADAS...


As secretárias de alguns médicos devem pensar que são doutoras.
Isto porque perguntam, quase sempre e quando se chega a uma consulta, a razão da visita. E o paciente, por delicadeza, tem que responder, diante de todos, às perguntas que lhe fazem, o que se torna muito desagradável.
 Não há nada pior que uma recepcionista perguntar o motivo da consulta, diante de uma sala de espera cheia de pacientes.
 Uma vez entrei para uma consulta, aproximei-me da recepcionista, com um ar de pouco simpática.
- Bom dia, minha senhora!
Ao que a recepcionista respondeu:
- Bom dia, quais são as suas queixas? Porque veio à consulta?
- Tenho um problema com o meu pénis, respondi.
 Como alguns dos presentes riram, a recepcionista alterou-se e disse-me:
 - O senhor não deveria dizer coisas assim diante das pessoas.- Porque não? ... a senhora perguntou-me a razão da consulta e eu respondi !! 
A recepcionista disse-me, então:
- Poderia ter sido mais dissimulado e dizer, por exemplo, que teria uma irritação no ouvido e discutir o real problema com o Doutor, já dentro do gabinete médico.
Ao que eu respondi:
- E a senhora não deveria fazer perguntas diante de estranhos, se a resposta pode incomodar.
 Então sorri, saí e voltei a entrar:
 -  Bom dia, minha senhora!
 A recepcionista sorriu, meio sem jeito, e perguntou:
-  Sim???
- Tenho um problema com o meu ouvido.
A recepcionista assentiu e sorriu, vendo que havia seguido o seu conselho e voltou a perguntar-me:
- E... o que acontece com o seu ouvido?

- Arde-me, quando mijo !!! 

 Haja boa disposição que a vida está difícil…

Colabor. Tuta Azevedo

[7317] - CRISE OU LAXISMO?!


"Construído nos finais do século XIX, o Mercado dos Órgãos cedo desponta como uma importante feira do interior de Santiago. Assume esse estatuto até à década de 60. Agora, o projecto que visa restituir-lhe a sua centralidade económica e brilho de outrora custará mais de 105 milhões de escudos e será executado no prazo de um ano. De acordo com o presidente Victor Baessa, 80 por cento desse valor é financiado pelo Fundo de Desenvolvimento Francês, enquanto que os restantes 20 por cento serão assumidos pela edilidade e parceiros."

Este é um excerto de uma notícia publicada em "A Semana",  a 24 do corrente e que só nos pode provocar um sentimento de real satisfação por constatarmos que, com perseverança e interesse pela coisa publica, existem mecanismos capazes de ajudar a melhorar a economia de uma região e, por tabela, o bem estar das populações...Aqui, a ajuda externa participa com a parte do leão num empreendimento de verdadeiro alcance económico-social e que terá sido resultado de negociações entre a edilidade e o tal Fundo de Desenvolvimento Francês... Tal constatação leva-nos directamente ao estado de degradação progressiva que fere de morte muito do património arquitectónico do Mindelo, com maior visibilidade para os casos do antigo Liceu, do Fortim d'el Rei, do Eden-Park, do edifício da antiga Administração e por aí fora. E, claro, a pergunta é evidente: se o  município dos Órgãos conseguiu uma tão significativa ajuda para a execução de uma obra de iniludível interesse comum, não haverá idênticas possibilidades que a edilidade do Mindelo possa explorar para acudir ao inestimável património da cidade?!
Estaremos, pois, em presença de alguma incapacidade dos órgãos municipais ou existirão impedimentos políticos de escala nacional a cercear tal tipo de iniciativas?!

[7316] - MINDELO 360º...

Foto Beaumont Photographie - 1895
Pesquisa de A.Mendes

[7315] - LADEIRA DE MATIOTA...

O ANTES (bem enquadrado na paisagem), e O AGORA (tudo a monte).....
Mais uma das maldades arquitectónicas e paisagísticas que se vão fazendo em S.Vicente. Como é possível terem aprovado uma coisa destas?
Até dói só de ver o que aconteceu á nossa antiga casa da Matiota.
E assim se vai maltratando e mutilando alegremente o que resta da paisagem da nossa terra.......
Lucy Bonucci

Fonte - FaceBook


[7314] - ENTERRAR A MEMÓRIA (2) ...


O amigo José F. Lopes fez publicar o FaceBook o nosso "Post" Nº 7305 - Enterrar a Memória...
Hoje, tomamos  a liberdade de dar a conhecer alguns comentários que o assunto mereceu:
·         
Silva Luiz - Como é possivel que a Câmara Municipal não tenho criado um espaço para conservar os arquivos da Claridade, do Baltasar Lopes, do Aurelio Gonçalves e aem especial do Felix Monteiro que estão bem conservados? O desenvolvimento urbano deve acompanhar o desenvolvimento cultural e isto exige blibiotecas, arquivos, conservatorias, etc. O povo merece conhecer a sua historia e neste aspecto Cabo Verde ficou na época colonial.
22/8 às 16:43 · Não gosto · 1
·         
Victor Hugo Rodrigues - A acontecer essa insanidade, será mais uma ofensa à memória daqueles que foram a vanguarda do processo de evolução da principal ilha de Cabo Verde, vilipendiada, após a independência, pelos fundamentalistas do partido africano, e outros revanchistas.
22/8 às 20:05 · Não gosto · 1
·         
Tchale Figueira - Que barbaridade... Ofereçam estes documentos à biblioteca da Aliance francesa, a melhor biblioteca de Mindelo.
22/8 às 20:20 · Não gosto · 1
·         
Gabriela Mariano - A ser verdade, esta ocorrência brada aos céus !!! URGE fazer qualquer coisa . Que critério presidiu à escolha do "que fica " em detrimento do "que vai " para o lixo " ?
22/8 às 20:23 · Não gosto · 1
·         
Carlos Filipe Gonçalves - Trata-se de um problema antigo em Cabo Verde... Papeis velhos? Lixo com eles, muitas vezes são queimados... Ninguém quer saber de história, passado, património... O passá sabe depois morrê ca nada, é um ditado com muitas aplicações....
22/8 às 23:54 · Não gosto · 2




domingo, 24 de agosto de 2014

[7312] - EXPLICANDO...


Esta foto foi aqui publicada dias atrás e levantaram-se dúvidas quanto ao local fotografado...O amigo Mendes expediu uns tantos "mails" e, claro, a explicação chegou...De quem sabe!
"Arrozcatum" agradece...

Saudacões
A foto mostra edifícios da antiga Leprosaria, situada no Lazareto, no sopé do Monte Cara. Ali viviam os leprosos e, esporadicamente, eram ali acolhidos outros doentes que vinham em barcos e deviam ser colocados de quarentena, para evitar contactos com a população.
Actualmente, a zona está cheia de casas de residência e até tem duas ou três unidades hoteleiras, fábricas de conservas de peixe, fábrica de calçado etc.
O sítio fica a caminho do quartel do Morro Branco e é conhecido por "zona industrial"...
Um abraço do fixe,
Djibla

[7311] - LANÇAMENTO...

A família Lopes da Silva tem a satisfação de convidar para o lançamento do livro "Histórias Contadas" - Baseadas em Lendas, Contos e Mitos da Ilha de Santiago - da autoria de João de Deus Lopes da Silva (Pantchol), no dia 18 de Setembro do corrente ano, pelas 18 horas, na sede da CPLP - Anfiteatro do Palácio Conde de Penafiel - Rua de S. Mamede (ao Caldas) nº 21, em Lisboa.
Trata-se de uma obra que o autor já tinha pronta para publicação, quando a morte o surpreendeu em 1986, e que é editada com ilustrações do reconhecido pintor Roberto Chichorro.
É com orgulho e sentido de cumprir um dever, que faz o convite para o lançamento desta obra, por muitos considerada inédita na forma como nos introduz na história da resistência da população da ilha de Santiago à colonização e aviva a memória colectiva sobre o nosso passado comum. 
Contamos convosco!
Venham e tragam um(a) amigo(a) ou familiar, também.
A Coordenadora da Edição,
Helena Lopes da Silva

[7310] - POEIRA DO TEMPO ...


Fonte - AHU - Seleccionada por A.Mendes

[7309] - ESTATUÁRIA COM IMAGINAÇÃO...





 
Colabor. de Tuta Azevedo

[7308] - JUSTIÇA DO SÉC. XIX...


Recorrida, dona do Brigue “Cordealidade”, segurou-o nas Companhias “Catalana” e “Atlantique” na quantia de 8.000$000 réis pelos riscos da navegação limitada entre Lisboa e Cabo Verde pelo prazo de um anno a contar de 19 de Março de 1872, sendo 6.000$000 réis por conta da Companhia “Catalana” e 2.000$000 réis por conta da “Atlantique”…
Depois quis a firma Recorrida que o navio fizesse uma pequena viagem a Bissau voltando a Cabo Verde e escreveu a carta de fl.30 á Companhia “Catalana”, perguntando-lhe se consentia em continuar a correr o risco com esta pouco importante alteração que excepcionalmente irá ter logar, e Companhia, recorrente, respondeu que não tinha duvida em anuir áquella vigem, sendo um premio adicional de ¾ porcento.
A firma Recorrida não respondeu se auctorisava ou não este premio adicional, nem respondeu a tal Carta, com o libelo mostra negativamente, e o Brigue seguiu para Bissau, onde andando de porto em porto d’aquelle districto, sofreu o sinistro que deu causa a esta acção, estando então no porto de Sambango que é muito mais ao Sul do porto de S. José de Bissau, vulgarmente chamado Bissau, em latitude e longitude diversas como mostra o mappa fl.33.
O navio não voltou a Cabo Verde, como na Carta fl.30 se obrigára a firma Recorrida, mas veio directamente para Lisboa, como se alega no libelo e provou o jury nas respostas aos quesitos 15 e 25, aqui se fizeram vistorias de que a recorrente não teve conhecimento, e afinal se propoz a acção pedindo ás duas Companhias a importância dos seguros por exceder ¾ do valor do Brigue e ter por isso julgado innavegável  e abandonado e por ter o sinistro ocorrido no Districto de Bissau para onde fizera o seguro”...


P.S. - Este brigue "Cordealidade" era propriedade da firma Viúva & João Baptista Burnay (Fogo).

Pesquisa de A.Mendes


sábado, 23 de agosto de 2014

[7307] - PARA QUE NÃO RESTEM DÚVIDAS...

ESTE "SELFIE" DA MACACA "STAR" NÃO VALE DIREITOS DE AUTOR...


Efectivamente, segundo o D.N., as Instancias Reguladoras Norte-Americanas, acabam de proclamar que somente os trabalhos criados por humanos se podem registar para efeitos de "copyright"...Brilhante!

Pesquisa de A.Mendes

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

[7306] - DIREITOS DE AUTOR NA NET,,,


CONSUMIDOR NÃO É PIRATA !

O Executivo Nacional prepara-se para aplicar uma taxa extra sobre todos os suportes digitais, incluindo os telemóveis, sob a capa de defesa dos direitos de autor...Não deixa de ter graça mas parece que a nossa vizinha Espanha já teve uma lei semelhante que, por motivos que parecem evidentes, acabou por retirar da circulação...
Entretanto, talvez não seja despiciendo recordar o que a Deco-Proteste escrevia sobre o assunto, no seu blogue, em 15 de Julho de 2009:

•Os direitos de autor servem para proteger obras científicas, literárias e artísticas. Abrangem livros, música, filmes, programas informáticos e fotos. A protecção vai até 70 anos após a morte do autor. Destina-se a evitar que terceiros se apropriem da obra e façam um uso comercial indevido, entre outros. Já os direitos conexos estão relacionados com a difusão criativa. A gravação em disco ou a representação são exemplos. A protecção dura 50 anos, mas discute-se o prolongamento até aos 70.
•As novas tecnologias da informação trouxeram a ideia de que não há limites para a reprodução. Autores, editores e produtores contra-atacam com medidas restritivas, que põem em causa o direito à cópia privada. Proteger a produção cultural é um sinal de civilização. Mas não vale tudo na defesa dos interesses das indústrias. Os consumidores têm direito à cópia, que pagam de cada vez que compram um livro, disco ou aparelho de reprodução. Por cada aparelho de reprodução ou livro, 3% do preço antes do IVA destinam-se a compensar autores, editores e produtores por eventuais cópias. Para cassetes, CD e DVD, varia entre €0,14 e €1,00.

[7305] - ENTERRAR A MEMÓRIA...


De acordo com a denúncia do colega "Praia-de-Bote", a Câmara Municipal de S.Vicente (Cabo Verde) prepara-se para enviar para o lixo uma quantidade não revelada de documentos, muitos dos quais relativos aos séculos XIX e XX...

Não se conhece, em pormenor, de que documentos se trata mas, sejam eles quais forem, certamente que contam parte da história da ilha e dos seus habitantes e, meus senhores, a História, que é a Memória dos Povos, não se enterra, conserva-se...

Mas - nestas coisas há sempre um mas - alguns mindelenses influentes não vêm com bons olhos a alternativa  do envio deste acervo julgado supérfluo para a Praia, onde seria conservado no Arquivo Nacional mas, ao que parece, nada fazem para dar à Câmara Municipal uma alternativa para a sua permanência no Mindelo, sem ser, claro, no lixo...


Preso por ter cão, preso por não ter, daqui se apela ao bom senso das pessoas que possam fazer algo para que o Município de S.Vicente se não veja forçado, por falta de alternativas, a enterrar uma parte da Memória da Ilha...

[7304] - POEIRA DOS TEMPOS....




Fonte - Arquivo Histórico Ultramarino
Seleccionadas por A.Mendes

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

[7303] - CABO VERDE - O ÉBOLA DO SEC. XIX...(2)




LAZARETO:

Reclamando de há muito era a necessidade da conclusão do lazareto d’esta cidade, em que faltavam os complementos mais urgentes n’um edifício d’aquella ordem e destinado a fim para que era precisa toda a vigilância.
Já em fevereiro d’este anno fizemos sentir essa falta, e, prevendo qualquer acontecimento, pedimos a atenção do governo para este assumpto.
Tanto, porem, o governo como a direcção das obras publicas, votando ao esquecimento ou não prestando cuidado ao que então dizíamos nada fizeram e nada projectaram.
Como diz o rifão, só se lembram de Santa Bárbara, quando fazem trovões, foi agora em face actuais circumstancias, que se deve toda a urgência a este negócio, que, ainda assim, não poderá concluir-se a tempo de servir aos quarentenários que, porventura, venham da Guiné portugueza.
Não queremos com isto accusar o actual governador geral apenas á testa á testa dos negócios públicos há dois mezes, porque temos por norma do nosso proceder sempre em vista a imparcialidade; referimo-nos aos seus antecessores e ao director das obras públicas, que não lembrou nunca a conveniência d’aquellas obras como era dever seu. Como já tivemos ocasião de demonstrar, este negócio do lazareto da cidade da Praia andou mal, desde o começo. Do governo do conselheiro José Guedes de Carvalho e Menezes até ao conselheiro Albuquerque, andou sempre a casa Burnay e o governo em contínuas reclamações e propostas, até que, finalmente, em 1876 se começou o edifício na ponta da “Temerosa”, que em troca o concessionário do ilhéu de Santa Maria dava ao Estado.
Construir porém uma casa para lazareto, embora não se especificasse a cláusula construir um lazareto, não é fazer uma casa acanhada, mal dividida, sem cozinha e outros arranjos indispensáveis!
E no entanto e apesar d’isso houve uma comissão, nomeada pelo governo, composta de homens technicos que depois d’um golpe de vista não duvidaram affirmar que aquelle edifício se achava em boas condições de ser aceite pelo governo. 
Postas de parte estas pequenas considerações a que nos forçou o assumpto, vejamos os inconvenientes que resultam d’esta obra não estarem de há muito concluídas.
Na hypothese de continuarem como suspeitos os portos da Guiné, ou alli entrar epidemia da febre amarella, e que venham d’aquelle ponto passageiros, terão as quarentenas de fazer-se a bordo de qualquer navio que o governo frete para esse fim. Ao incommodo dos quarentenários juntar-se-há o da contínua e aturada vigilância no porto, para impedir tanto a comunicação com a terra como com os demais navios que se achem ancorados.
Além das péssimas e precárias circunstancias em que ficam os quarentenários, temos mais a prevenir a chegada de outros navios, antes que os primeiros quarentenários tenham completado a quarentena, e n’esse caso terão estes que começal-a de novo.
A possibilidade, muito susceptivel de dar-se nesta quadra, de fortes marezias ou de um temporal do S.E., é um outro inconveniente que se apresenta à solução d’este problema.
Esperamos, contudo, que o governo, providenciará de modo a salvaguardar esta cidade e o archipelago da importação de qualquer contagio.”
……………………………………..
Consumatum est…
…” Os boatos que corriam acerca do vapor “Governor Albuquerque” realizaram-se. Chegou efectivamente de Bissau no dia 15 e teve “livre pratica”.
Por mais que investiguemos, não podemos achar o fio d’esta resolução, tomada pela junta de saúde da província.
Está conhecido e demonstrado pela sciencia, e d’isso não fez monopólio, porque as obras que correm pelo universo assim o atestam, que não é só pelo contagio que a febre amarella se pode transmitir d’um para outro ponto; as correntes d’ar, uma nuvem podem trazer consigo o gérmen da epidemia”… E se o ar atmosférico póde ser o conductor da doença, de um outro paiz, com que facilidade a não poderá transmitir a poucas milhas de distancia do foco inficionado ou suspeito!...

Pesquisa de A.Mendes