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terça-feira, 30 de setembro de 2014

[7475] - SALVEM AS ABELHAS ! (2)

ADITAMENTO AO POST Nº 7472...


ESTAREI ENGANADO, OU NÃO PREOCUPA
NINGUÉM, A PERSPECTIVA DE FOME
UNIVERSAL SE SE EXTINGUIREM
OU DIMINUIREM DE FORMA
DRÁSTICA, OS ENXAMES
DE ABELHAS???

[7474] - POEIRA DOS TEMPOS...


O amigo José F.Lopes, enviou esta foto, certamente colhida no FaceBook, com a legenda de "O Antigo Grémio"...
Não há mindelense - ou mesmo cabo-verdiano - que não conheça este edifício que, antes do mais, foi a residência de um dos mais importantes filhos da terra, de todos os tempos - o Senador Vera-Cruz!
É certo que, durante muitos anos, acolheu o Grémio Recreativo Mindelo e, em anexos do vasto pátio traseiro, a Rádio Barlavento...
Dizia-se - ainda hoje acontece - que era um clube elitista, da alta mas, pelos vistos, um tanto democrático pois eu, anónimo empregado comercial, fui sócio do G.R.M... Mas, também nunca fui indemnizado do que, por direito associativo me pertencia, à data da apropriação política da totalidade das instalações e respectivo recheio, que não era, nem pequeno nem menos valioso!
Aliás, esse conceito de elitismo tem algo que se lhe diga pois parece ser uma constante das sociedades de todas as cores e feitios, incluindo as mais atrasadas, das vetustas às hodiernas...Qual será o país, a cidade, o circulo social onde todos são iguais e ninguém é mais igual do que o outro, como sói dizer-se?!
Vamos dar tudo isso de barato pois, o que, na realidade, nos provoca alguma inquietude é que o belo edifício começa a denunciar vestígios de alguma falta de cuidados de manutenção...Não desejaríamos pensar que, mais tarde ou mais cedo, estaremos aqui a comparar a Casa do Senador ao "antigo" Liceu Gil Eanes!

[7473] - DIFÍCIL CONVIVÊNCIA...

CABO VERDE - Ilha do Sal - Cidade de Stª Maria...

A DIFÍCIL CONVIVÊNCIA ENTRE
O LIXO E O TURISMO




Fotos - ACMSM - p.i. José F. Lopes

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

[7472] - SALVEM AS ABELHAS !!!


Silenciosamente, há abelhas a morrer aos milhões colocando em perigo toda a nossa cadeia alimentar...
As abelhas não se limitam a produzir mel - elas representam uma monumental força de trabalho na polinização de mais de 75% de todas as espécies botânicas conhecidas e que utilizamos na nossa alimentação quotidiana...
A culpa está na utilização massiva de pesticidas tóxicos na agricultura, com especial relevância para os EUA...
Espera-se que as autoridades americanas consigam banir tais produtos assassinos, numa luta que dura há décadas contra os "lobbies" das Industrias Químicas que, para manterem negócios multimilionários, preferem ignorar as recomendações de centenas de cientistas que há muito reclamam a exclusão de tais pesticidas, a nível mundial...
Há uma nova campanha, que já conta com 2,5 milhões de subscritores, que está em marcha, sob a forma de petição pública, pela sobrevivência da nossa cadeia alimentar, banindo de forma total e radical os pesticidas tóxicos que há anos vêm liquidando as populações mundiais de abelhas...
Se alguém decidir juntar a sua voz a este coro universal, deixamos abaixo o "link" a seguir...
SALVEM AS ABELHAS !!!

https://secure.avaaz.org/en/save_the_bees_us_sam_loc/?bbyjKab&v=46989

[7471] - DIVERGÊNCIAS PARLAMENTARES...



 MÉXICO

 RÚSSIA

 ÍNDIA

 TAYWAN

TURQUIA

Agradecimentos ao
Manuel Marques da Silva

[7470] - NOVOS CAMPEÕES EUROPEUS...


Realizou-se no Meo-Arena (Lisboa) o Campeonato da Europa de Ténis-de-Mesa...
Na final, ontem, a equipa portuguesa, constituída por Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro, venceu a hexacampeã Alemanha, por 3-1!
Para chegar à final, Portugal teve que eliminar a Rússia e a Suécia, que acabou em 3º lugar...
Foi um espectáculo que terminou num autêntico delírio dos imensos compatriotas presentes e que, em coro com os atletas, entoaram o Hino Nacional, quando as bandeiras eram içadas tendo, ao centro, a de Portugal.

[7469] - A ESPADA E A CATANA...


Esta é a célebre espada japonesa, muito vista nas mãos dos chamados "ninjas" e que, na língua dos japões se chama "kataná"...
O nome foi adoptado pelos primeiros portugueses que chegaram ao Japão e, ainda hoje, com as alterações naturais, persiste, no nome genérico do facão usado, por exemplo, em Angola, como arma e instrumento para desmatar e capinar (cortar o capim), conhecido como CATANA...



[7468] - GENTE GRANDE...

Mão amiga fez-me chegar esta foto do professor Olavo Moniz, que Carlos Fortes Lopes  publicou no FaceBook...
Tive o privilégio de conhecer de muito perto este Homem, com quem mantive uma relação de amizade e, até, de cumplicidade intelectual ao longo dos anos que ele leccionou no Mindelo...
Olavo Moniz, foi um docente respeitado, e uma pessoa serena, educada, autêntico gentleman, cuja conversa, variada e fluente, me proporcionou muitas horas de autêntico deleite...Tinha uma inteligência viva e abordava com a mesma facilidade uma variedade de temas que lhe davam uma áurea de inciclopédia viva, mas sem  alardes de sabichão que tudo sabe e nunca se engana...Olavo Moniz tem, por isso, um lugar muito especial na minha memória, como uma das imensas razões que dão significado à nossa vida!
Em jeito de homenagem, deixo aqui uma imagem da Escola Secundária da Ilha do Sal, de onde era natural,  e que leva o nome do professor...


domingo, 28 de setembro de 2014

[7467] - LE ROI EST MORT! VIVE LE ROI!...



O Dr. António Luís Santos da Costa, 53 anos, eleito candidato a Primeiro Ministro de Portugal, enquanto Seguro apresenta a sua demissão de Secretário-Geral do Partido Socialista Português...Estas, as primeiras consequência das Eleições Primárias que hoje tiveram lugar... Portanto, o PS, quando, em devido tempo e em sede própria, elegeu José Seguro para Secretário-Geral, enganou-se rotundamente...Ora, os mesmos e muitos outros, acabam, agora de "emendar a mão" e dar o ceptro a outro...Quem é que nos garante que não se tenham enganado, de novo?!
E, depois, há uma diferença abissal entre as eleições de Seguro, só por militantes, e a de Costa, com militantes e os chamados "simpatizantes"...Seria interessante saber que percentagem desses simpatizantes engordou a margem da vitória de Costa...Aliás, estamos convencidos que muitos desses ditos simpatizantes socialistas eram, simplesmente, descontentes com o estado da nação e não socialistas, o que, para além de representar uma situação de menorização dos verdadeiros militantes introduz numa liça de cariz partidário um elemento externo e estranho que pode ter falseado os resultados finais...
Enfim, foi-se o sacristão que buscava ser padre e ficou o bispo que tenciona ser cardeal...
A missa, essa, a gente já a sabe de cor!

[7466] - OS VELHOS...DO RATO!


Quando estas palavras estão a ser escritas, ainda faltam algumas horas para encerrarem as urnas dessa coisa a que chamam "Eleições Primárias", uma bizarria inaugurada pelos socialistas que mais parece, em termos futebolisticos, uma alteração das regras a meio do jogo, para beneficiar a equipa da casa...
Como ouvi ontem um dos milhões de comentadores políticos deste país dizer na TV, com esta mascarada carnalavesca com direito a campanhas, comícios, jantaradas para milhares de famintos e bate-papos muito pouco civilizados nas Televisões, o que Costa e Seguro conseguiram foi que os não gostavam muito deles os passassem a desprezar e os que ainda os suportavam a retirá-los dos seus baralhos de opções...
E não deixa de ser significativo que a quarta-idade do partido se tenha aquartelado à sombra do Costa, que conta com um séquito de "Velhos do Restelo...digo, do Rato", digno de uma cerimónia da abertura do Parlamento Britânico...
Desta procissão de matusaléns destacam-se Soares e Alegre, dois vencidos pelos votos populares que até hoje não conseguem disfarçar a azia que a recusa lhes provocou e cujos discursos denunciam que para eles - e alguns dos restantes - já não existem adversários políticos mas sim, inimigos a abater, o que é grave e democraticamente indigno!
É uma pena, se não perderem ambos...outra vez!

[7465] - SÓ, OU MAL ACOMPANHADO?!...


Às vezes pergunto-me quantas vezes Robinson Crusoe, antes do aparecimento do "Sexta-Feira", terá desejado a companhia, ainda que fortuita, do seu pior inimigo, em vez da absoluta solidão a que estava condenado...
Desde muito novos que somos habituados a exteréotipos na forma dos chamados "ditados populares", alguns bem judiciosos, diga-se de passagem... Mas, há-os de um género demasiado radical, pelo menos sob um ponto de vista filosófico e, entre esses, destaco o "mais vale só que mal acompanhado"...Será?!...
Eu acho que, há ocasiões e situações no decurso mais ou menos longo da vida de cada um de nós em que, de boa mente, se dariam anos de vida em troco de algo - ou alguém - que preenchesse o vazio imenso de uma sensação de completo isolamento e solidão...
Claro que se aceitam sugestão: contra e a favor!

sábado, 27 de setembro de 2014

[7464] - ERA UMA VEZ, ANGOLA...(44)


No dia seguinte, logo após o "café-do-cigarro", o Mário Matos desencantou um mapa de Angola e armados com uma régua do filho, que andava na 3ª classe, começámos a medir e a fazer contas de acordo com a escala...Recordo a boa gargalhada, nossa e de dois comparsas presentes, quando ele lembrou que, sendo Angola catorze vezes e meia maior do que Portugal, em Angola, todos os lugares ficavam catorze vezes e meia mais longe uns dos outros do que em Portugal...Ainda hoje me pergunto onde terá ele ido buscar tal raciocínio...
Enfim, depois de muitas medidas e várias contas, chegámos a conclusões interessantes...Eu teria que ir à boleia até Vila Teixeira de Sousa (hoje, Luau), a 250 quilómetros e,  daí,  de comboio até ao Kuito, mais 700 quilómetros; depois, por estrada, até Malange (420 quilómetros) e, finalmente, por outra estrada,  para Cangandala,  a cerca de 30 quilómetros...Tudo somado, dava à volta de 1.400 quilómetros,  que não levariam menos de 30 horas a percorrer,  coisa,  portanto,  para fazer em três dias, tendo que dormir uma noite no comboio,  até ao Kuito e pernoitar algures, entre o Kuito e Malange... Isto, claro, eram as conjecturas mais optimistas pois seria impossível saber do estado das estradas quando, duas semanas mais tarde me pusesse a caminho, de armas e bagagens, literalmente!
Claro que, para encurtar razões, posso desde já informar que as coisas não se passaram, exactamente como estava previsto e, tendo saído de Cazombo, certa madrugada, só consegui chegar a Cangandala...uma semana depois!
E,  ainda por cima,  fui confrontado com um itinerário alternativo de, apenas, 800 km - coisa para cerca de 14 horas de viagem...

Continua...

[7463] - POEIRA DO TEMPO...





Clube Matiota




ANTIGAMENTE, ANTES DE SURGIREM AS "JUVITAS", ERA ASSIM QUE SE TRANSPORTAVAM AS MERCADORIAS, EM S.VICENTE DE CABO VERDE...

...oooOooo...

Carlos Filipe Gonçalves: Tempo de Zorra... e da Juvita, a carregadeira que, pela sua fama, deu nome às carrinhas do Sr. Ricardo Tristão, no início dos anos 1960. Depois, o nome ficou, em todas as variantes do crioulo das ilhas...

Carrinha Peugeot (Juvita)

[7462] - GOOGLE - 16º ANIVERSÁRIO...

CONGRATULATIONS...

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

[7461] - ERA UMA VEZ, BISSAU...




ASSIM KI TOMA TERRA I STA?
DANINHOS PASSANTA!

Nelson Hubert - Gentileza de José F. Lopes

[7460] - POEIRA DO TEMPO...




MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS....PASSAGEM DO ZEPPELIN POR S.VICENTE....
Foto tirada pelo Tuta Melo e que regista a última ou, pelo menos, uma das últimas viagens regulares de um dos Zeppelins, que uniam a Alemanha ao Brasil e à Argentina. Eram o LZ 127 Graf Zeppelin e o LZ 129 Hindenburg. Depois de 8 de Maio de 1937, estas viagens não se voltariam a realizar. A ser a última, tratar-se-á do Graf Zeppelin, dado que a aeronave irmã havia desaparecido em chamas, em 6 de Maio desse ano, nos Estados Unidos, quando o Graf concluía a viagem de retorno à América do sul. As carreiras regulares referidas escalavam a cidade da Praia, na ilha de Santiago, para largada de Correio e, segundo parece, passariam também regularmente sobre S.Vicente. Uma das imagens capta o momento da passagem pelo canal que separa S. Antão (a costa brumosa distante ) e S. Vicente (primeiro plano). Na outra, podemos vê-lo a pairar sobre o Mindelo.

FaceBook - Clube Matiota

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

[7459] - C O N V I T E ...


[7458] - ENQUANTO SE CANTA NÃO SE ASSOBIA...


O lote das rotinas do dia-a-dia cá de casa inclui, às quintas-feiras, uma visita ao Restaurante Estrela do Ocidente, para um "cozido à portuguesa" que, não sendo nenhuma especialidade "gourmet" serve perfeitamente, para manter a tradição e a predilecção...O nome do sítio, remonta, provavelmente, ao tempo em que a zona era conhecida por Queluz Ocidental e é um local aprazível, com um serviço muito razoável, boa clientela e comida saborosa q.b....
Há gente de todo o tipo e de vários tiques mas hoje dei com uma comensal  de um tipo pouco comum: a senhora, cinquentona, e que por vezes se abanava com um leque negro, lacado, degustava um arroz de garoupa fumegante,  enquanto devorava um livro de bolso, elegantemente protegido por uma capa com um fechozinho dourado e tudo e um marcador todo cheio de nove-horas...Era, logicamente, uma devoradora de livros mas, por amor de Deus, um belo de um arroz malandro, ainda por cima de garoupa, merecia outra atenção...Se não, das duas, uma: ou a senhora não fez a mínima ideia do que comeu ou deve ter esquecido o que leu, na hora, se chegou a sentir o sabor e o aroma do apetitoso manjar!
Claro,  que as pessoas têm todo o direito às suas idiossincrasias mas, ou me engano muito, ou essa coisa de comer a ler, ou de ler a comer, não  parece que acrescente o que quer que seja ao estatuto social de ninguém!
E, por outro lado, ele há coisas que requerem toda a nossa atenção, direi mesmo, toda a nossa concentração...Comer e ler, são duas delas!  

[7457] - CENTRALISMO VS REGIONALIZAÇÃO...

JOSÉ FORTES LOPES: Os Dilemas de Cabo Verde - Centralismos versus Regionalização e Reformas Urgentes (I)
25 SETEMBRO 2014. PUBLICADO EM "OPINIÃO"


O PAICV mantém-se ainda fiel a uma certa matriz ideológica que o rigidifica e o torna avesso à mudança e a uma concepção de poder não autocrática/centralista. O poderoso lobby centralista, por outro lado, não está interessado em perder algumas prerrogativas do poder nas ilhas: o de provocar a chuva e o bom tempo
Este trabalho está dividido em 4 partes, cada uma correspondendo a um artigo em separado. Na primeira parte (este artigo) aborda-se a questão do municipalismo e o supra-municipalismo no seguimento dos diferentes posicionamentos do Governo sobre esta matéria. Na segunda parte (II - Entre o Centralismo, a Regionalização e as Reformas - o dilema do regime), aborda-se o dilema do regime, nomeadamente a questão do centralismo e das reformas necessárias. Na terceira parte (III - O Centralismo e a Utopia do Estado-Nação), aborda-se a necessidade de pôr termo ao centralismo e a utopia da construção de um estado centralizado a todo o preço, quando é imperioso implementar uma verdadeira regionalização e criar um novo paradigma político e económico para o país. Na quarta parte (IV - Cabo Verde o fim das Utopias - Os Caminhos para uma 3ª Via), conclui-se sobre a necessidade de Cabo Verde trilhar novos rumos: Os Caminhos para uma 3ª Via.
1 - Do municipalismo ao supra-muncipalismo
Segundo o jornal A Nação (1), o Executivo deve submeter ao Parlamento, ainda nesta legislatura, uma proposta de lei da regionalização do país após o MpD, por seu turno, ter prometido avançar com a sua proposta de regionalização logo no primeiro ano de mandato, caso for governo em 2016 (2). O jornal defende que a corrida para a regionalização, tendo como pano de fundo as próximas eleições, já começou. O mesmo jornal informou que a cimeira sobre a regionalização, anunciada há mais de um ano, entre o Governo e outros actores políticos, deverá acontecer em Novembro próximo, informação revelada pelo ministro Antero Veiga, que se encontra no terreno a “socializar” o estudo sobre a descentralização. Segundo o mesmo jornal, o ministro recorda que o Governo lançou a ideia da regionalização na Cimeira de 2012, e desde então tem estado a trabalhar com “muita firmeza e seriedade”, desvalorizando com isso as críticas da oposição, para quem falta vontade genuína da parte do PAICV em levar avante a regionalização. “Já fizemos estudos, e com todas as insuficiências que as pessoas poderão apontar, é um trabalho que serve de referência incontornável. E é com base nesse estudo que vamos avançar” (3). Já o próprio Presidente da República achou que “seria de grande interesse que o debate em curso sobre a descentralização e a regionalização prosseguisse, envolvesse de modo crescente as instituições do poder local autónomo e culminasse em propostas concretas que permitam, de facto, o fortalecimento do poder local, a edificação de eventuais estruturas que ajudem a reduzir as assimetrias regionais e um adequado relacionamento entre os diferentes poderes, de modo a que as populações se sintam mais próximos dos decisores políticos, única forma de as aspirações populares ao desenvolvimento e progresso social serem satisfeitas” (4).
Estas notícias, embora devendo ser tomadas com a devida precaução, devem ser saudadas e aplaudidas. Vêm dar razão aos regionalistas e coroa uma luta cívica de pelo menos 3 anos (data do lançamento do Movimento para a Regionalização de Cabo Verde (5). Embora um pouco tardia, a classe política e a sociedade civil começam finalmente a reconhecer ao povo cabo-verdiano, e àqueles que sofrem o ónus da periferia, o direito à administração local, à democracia local, perspectivando no horizonte o termo de um longo período de administração centralizada, que amplificou distorções e assimetrias regionais no país e votou a maioria das populações da periferia ao abandono. Jacinto Santos, um dos autores do estudo sobre a descentralização encomendado pelo governo na entrevista ao Expresso das ilhas (5), questiona, surpreendido, sobre aquilo que há muito tempo vemos denunciando: a insensibilidade, a frieza ou mesmo ignorância dos poderes políticos cabo-verdiano, ao deixar no abandono partes inteiras do arquipélago, onde impera a ausência do Estado ou de qualquer estrutura de responsabilidades: “ Como é possível que as ilhas não tenham mais poder na conformação do destino colectivo? … Eu diria que a problemática da descentralização em Cabo Verde, na sua componente de devolver mais poder de uma forma descentralizada e de base democrática às ilhas não é, neste momento, um mero processo político, mas um imperativo ético….. O arquipélago já chegou a um ponto de não retorno, em que se dá o salto qualitativo, ou se regride de uma vez para sempre.  “Os municípios têm muitas potencialidades, mas, no quadro das suas actuais atribuições, por maiores que sejam essas potencialidades, não conseguirão passar para um outro nível que é a ilha como factor gerador e sustentáculo do verdadeiro desenvolvimento”.
Todavia, nada está ganho, pois trata-se ainda de declarações de intenção. Na realidade, o que está verdadeiramente em cima das mesas partidárias, pelo menos do PAICV, não é uma verdadeira proposta de regionalização, pelo menos é o que entendem os regionalistas. Após ter encomendado um estudo na linha do seu pensamento, o Governo anunciou logo à partida que pretende reestruturar o municipalismo em Cabo Verde, reforçando-o, ao mesmo tempo que implementará o “supra-municipalismo”, um conceito que aparentemente já existe na Constituição e que nunca foi aplicado. De resto, o ministro Antero Veiga declarou (3): “Põe-se muita tónica na descentralização para níveis administrativos supra municipais, mas pouco se fala do infra-municipal, que é lá onde temos mais urgências e reclamações. Precisamos levar a Administração mais perto dos cidadão”. Quando muitos reclamam reformas profundas no país, o Governo remete-nos para o municipalismo usado e desacreditado. O Governo pretende pois ressuscitar este ponto da Constituição, que foi letra morta durante décadas, tendo todos os poderes e prerrogativas que lhe confere a lei para avançar com este processo, sem ter que recorrer a qualquer debate. O que se pode concluir genericamente destas declarações é que o estudo encomendado pelo Governo e que está a ser “socializado no terreno” (3) será a base para a proposta de regionalização de Cabo Verde. Sendo assim, confirma-se que se pretende uma ‘regionalização’ que não implique reformas, mantendo o statu quo político e económico em vigor em Cabo Verde, de modo a preservar na visão do poder aquilo a que chamam ‘unidade nacional’. O PAICV e o Governo entendem que a autêntica regionalização, a que reclamamos, que deve abarcar a vertente administrativa e política, ou seja uma autonomia para as regiões, põe em causa o tal princípio de unidade. Em vez de, optar decisivamente pela via da regionalização verdadeira, o Governo insiste no seu habitual jogo de palavras, evitando a palavra regionalização, tentando avançar com uma iniciativa que vai gerar mais confusão política, situações de ambiguidade, colisão de poderes e talvez mesmo paralisia no aparelho do Estado, criando numa mesma ilha estruturas similares: municípios e supra-municípios. Por outro lado, vários autores tais como António Pascoal Santos (6), Adriano Miranda Lima (7), Carlos Fortes Lopes (Artigos sobre Regionalização Facebook) e outros defendem que o verdadeiro conceito de regionalização para Cabo Verde deve ser mais abrangente e definido a partir das macro-regiões que englobem as regiões naturais e históricas de Cabo Verde, por exemplo, o grupo de ilhas S. Antão, S. Vicente e S. Nicolau ou Sal, Boavista (Nota: Corsino Tolentino (9) referiu-se a esse modelo no seu último artigo). Mas os fundamentalistas da Constituição alegam que esta proíbe expressamente a formação de tais regiões, por a sua existência ser contra o princípio da unidade nacional (imaginem o conceito obtuso de unidade). É a política e a ideologia a contrariar ou a ignorar a própria natureza, ou será que a Constituição foi escrita, com intenção de proteger e perpetuar o actual sistema centralista? De que terá medo o Sistema, se nem sequer aceita que a Constituição poderá ser emendada, aperfeiçoada, para se adaptar e actualizar aos novos tempos, às novas vontades? Sendo assim,  a passagem para o multipartidarismo seria impossível pois a Constituição anterior à abertura de 1992 proibia expressamente este sistema. Jacinto Santos alega que não há modelo de regionalização na Constituição “ mas as orientações básicas para a construção do modelo já existem. Ninguém vai inventar nada – nem o MpD, nem o PAICV, nem a UCID. Já está tudo parametrado. Repetindo: a lei já define o que são autarquias; já definiu que as autarquias supramunicipais são regiões administrativas, não há região política; já definiu o que podem ser municípios, autarquias inframunicipais; já definiu que a descentralização não se limita à transferência do Estado para as autarquias, mas que pode também ir para as organizações da sociedade civil, para as entidades corporativas e para os operadores económicos; já definiu que as autarquias só podem ser criadas com base num estudo municipal independente e feito por entidades idóneas; já definiu que se podem fazer transferências de forma temporária para as diversas entes, até para entidades públicas. Quer dizer, nós temos que pegar nesses comandos constitucionais e legais e conformar o modelo. Não há que inventar outro modelo que esteja fora do quadro constitucional e fora do quadro legal existente… O estudo mostra que há várias matérias que poderão ser ainda objecto de estudos pormenorizados, mas fica um desafio à sociedade civil: este estudo não pode ser apanágio dos partidos políticos – agora que foi tornado público, as universidades, os académicos e todos os que queiram promover os seus ciclos para debater determinados aspectos do estudo, devem fazê-lo e mandar inputs e mostrar que a sociedade está interessada nesta questão. É que estamos a propor uma reforma profunda que implica mudanças na sociedade. Eu acho que é a terceira grande reforma que o Estado cabo-verdiano tem de fazer agora. Aliás, já estamos atrasados”
Sendo assim, já que pode existir um conflito entre a actual Constituição e a verdadeira regionalização, a questão que se coloca, é se a actual Constituição não será já ela própria um bloqueio ao país e às legítimas aspirações das populações.
A necessidade de uma urgente reforma no sistema cabo-verdiano que vá para além do municipalismo ou do “supra-municipalismo” já foi vezes sem conta exposta por diferentes articulistas e observadores. Ela deve incluir a clarificação do conceito alargado de regionalização na Constituição. Mas na realidade a perspectiva de um debate profundo sobre a questão do centralismo e da problemática da regionalização tem-se esbarrado com questões de ordem iminentemente ideológicas e de calculismo partidário. É claro que o PAICV mantém-se ainda fiel a uma certa matriz ideológica que o rigidifica e o torna avesso à mudança e a uma concepção de poder não autocrática/centralista. O poderoso lobby centralista, por outro lado, não está interessado em perder algumas prerrogativas do poder nas ilhas: o de provocar a chuva e o bom tempo.

José Fortes Lopes

Referências
(1) Regionalização: Governo quer “descalçar” a oposição
 2) Ulisses Correia e Silva promete regionalização do país no primeiro ano do mandato
(3) Regionalização: Cimeira será em Novembro
(4) SAL: PR defende descentralização de poderes no domínio social e regionalização
(5) DESCENTRALIZAÇÃO: Jacinto Santos alerta que manter as coisas como estão pode gerar convulsões
(6) Adriano Miranda Lima Conjecturas sobre a essência de possíveis modelos de regionalização de Cabo Verde. “Cabo Verde - Os Caminhos da Regionalização”, p. 107-111.
(7) Pascoal dos Santos reflecte sobre o significado e as formas de regionalização
(8) REGIONALIZAÇÃO: Em debate os novos caminhos para Cabo Verde
(9) CORSINO TOLENTINO: Cabo Verde - A regionalização implica a reforma do parlamento.

in Jornal de S. Nicolau


[7456]- GUINÉ-BISSAU - VIOLÊNCIA POLICIAL...


.
..."No âmbito da sua missão de monitorização permanante da situação dos direitos humanos no país, a Liga Guineense dos Direitos Humanos recebeu com bastante preocupação a denúncia que dá conta da execução sumária e gratuita de um cidadão guineense de nome Etchem Mendes, perpetrada pelos agentes da Policia de Ordem Pública.

Tudo aconteceu na noite do dia 19 de Setembro 2014, quando o malogrado que se encontrava num restaurante sito no bairro de Sāo Paulo, em Bissau, foi interpelado com a ordem de detenção por um grupo de agentes armados e afectos à Polícia de Ordem Pública, sem qualquer mandado emitido pelas autoridades competentes.

Na tentativa de questionar as razões da sua detenção, Etchem Mendes foi barbaramente espancado pelos mesmo, tendo acabado por falecer no mesmo dia em consequência das agressões infligidas. Igualmente, os supostos autores deste macabro acto tentaram ocultar o cadáver aos familiares da vítima, os quais só tiveram acesso ao corpo dois dias depois do sucedido."...

in "Ditadura do Consenso"

[7455] - O ASSASSINO SILENCIOSO...



O ÉBOLA JÁ MATOU PARA CIMA DE

3.000 HUMANOS, INCLUINDO,

200 MÉDICOS E ENFERMEIROS!

[7454] - LAGINHA PÓS-CHUVA, CENA II ...

Foto "Drone Pulu" - Através de Djibla

Visão geral do lastimável do estado da Laginha, enlameada e esventrada, pois ninguém se lembrou da necessidade de um sistema de escoamento das águas pluviais...É certo que, em S. Vicente, pouco chove, mas quando acontece, toda a gente sabe, há séculos, o que sucede nesta zona...Toda a gente, menos os mentores desta obra, pelos vistos!

[7453] - PEDAÇOS DE MEMÓRIA...

Cortesia de José F. Lopes

PICNIC

Nostálgica evocação, numa réstea de filme
 a branco-e-preto, de um ícone físicamente
desaparecido,  mas bem presente na
memória dos seus coêvos...

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

[7452] - A LAGINHA, DEPOIS DAS CHUVAS DE HOJE...




FaceBook - Fotos de Manuel Medina

AFINAL, QUE RAIO DE AREIA
É ESTA?!

[7451] - CRISTIANO "FENIX" RONALDO...


MESMO DEPOIS DE TER FALHADO UM JOGO,
CRISTIANO RONALDO, JÁ MARCOU MAIS
GOLOS DO QUE A MAIOR PARTE
DAS EQUIPAS DA LIGA
ESPANHOLA...



[7450] - SINALEIROS NO MINDELO...


A presença de tantos "mirones" e dos dois militares à esquerda, parece indicar que este teria sido o primeiro dia da presença de um polícia sinaleiro, ao fundo da Rua de Lisboa,   frente ao Banco...
Esta foto, disponibilizada por Carlos Jorge Wahnon, não refere a data, mas informa que se tratará do 1º sinaleiro no Mindelo...Pessoalmente, estou convencido que o primeiro teria aparecido bem mais cedo e frente ao Palácio, onde confluem cinco ruas...
Durante muitos anos, em Lisboa e antes do advento dos semáforos, também houve sinaleiros, que eram um ramo específico da PSP e que, por acaso,também usavam o "capacete colonial" branco...Era,  na altura, uma protecção evidente contra o sol, pois as peanhas não tinham, como a da foto, um chapéu de sol...
De qualquer forma, creio que esta dos sinaleiros no Mindelo foi de pouca duração, até porque não haveria, na época, trânsito automóvel  e de peões  em volume que os justificasse...

[7449] - A NOVA RODA...


Deco Proteste

terça-feira, 23 de setembro de 2014

[7448] - O REGRESSO AO MAR...

Composição de "Clube Matiota" - Através de José F. Lopes

Quatro séculos antes destes navios, andavam pelos mares fora caravelas, naus, galeões e outras artes de navegar ostentando, nas velas, a rubra cruz de Cristo e na alma dos marinheiros a ansiedade de vislumbrar outras terras e outros povos  e,  foi assim que,  como escreveu o Poeta, "...entre gente remota edificaram, novo reino que tanto sublimaram!...
Mas, estas naus de aço, não tiveram missão  menos importante do que aqueloutras, agora, no transporte de bens e pessoas entre os quatro cantos do país ultramarino...Eles foram os cordões umbilicais através dos quais fluíam as mercadorias que abasteciam as necessidades de milhões de pessoas e instituições, colaborando activa e decisivamente,  no seu progresso e desenvolvimento!
Foram como que um retorno ao "mare nostrum" que, anos volvidos, haveria de ser, de novo, olvidado durante décadas em que, embriagados pela Europa, vivemos de costas viradas para a nossa maior riqueza: a 3ª maior zona económica exclusiva da Europa e a 11ª maior do mundo...
Felizmente, tudo leva a crer que, uma vez mais, Portugal e os portugueses estão receptivos aos apelos do oceano e a compreender que, para estarmos na Europa da União não é forçosamente necessário ignorar o mar que banha metade das nossas fronteiras!
Refira-se que a minha primeira experiência marítima aconteceu com o "Colonial" que me transportou de Lisboa a S.Vicente em 1943. Depois, em 1952, 1953, 1956, 1960 e 1969, conheci outros, como o Rita Maria, o Pátria, o Quanza e o Amélia de Melo e o Funchal... Estes navios levaram-me a Lisboa, daí a Luanda e mais tarde, de regresso ao Porto Grande, entre outras viagens...
Só se me lembro que as viagens eram óptimas e que a bordo destes navios se comia muitíssimo bem!



[7447] - TRÊS GERAÇÕES FRUSONI...

PRAÇA NOVA, MINDELO, ANOS 60...
OS NETOS, A MÃE E OS AVÓS FRUSONI..
Esta foto é um poema autêntico!
Foto - Clube Matiota, atrvés de J.F.Lopes 

[7446] - À MEMÓRIA DE SHIBÉTE...


[7445] - O VELHO EDEN, CADA VEZ MAIS VELHO...

O "Clube Matiota" acaba de publicar, no FaceBook, uma série de fotos, daquelas de causar...calafrios!
Sem mais comentários, de todo desnecessários, e com a devida vénia, aqui estamos a reproduzi-las...
para os devidos efeitos!!!

ERA ASSIM...