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terça-feira, 25 de outubro de 2016

[9831] - A SAUDADE INSTINTIVA...


O eterno "Malacas" foi hoje ressuscitado para uma  breve passagem  por estas páginas, à guisa de introdução para uma abordagem a um fenómeno que já vi abordado algures mas cujos contornos me perturbam e para os quais gostaria de poder contar com algum a luz, por parte de alguma das muitas "cabeças" que passam os olhos por este sítio...Ele, está aqui com o lídimo representante da música de Cabo Verde que é,  em última análise, a responsável por esse estranho fenómeno de alguém sentir saudade de um lugar onde nunca esteve!

Vasculhando o YouTube em busca de sons para animar as visitas ao Arrozcatum, encontrei um vídeo com óptimas interpretações ao piano de mornas de Eugénio, B. Léza, Caldeira Marques, Jotamonte, etc. cuja apresentação gráfica regista uma série de comentários, entre os quais encontrei este mimo:

Katia K.
Olá; Sou Brasileira, e Nunca Estive em Cabo verde; porém, A Morna me Emociona...Sinto Uma Saudade Imensa...Saudades de Onde Nunca  Estive; Saudades De Cabo Verde. Obrigada por Postar.

Esta amiga brasileira é, certamente, uma pessoa sensível e de indesmentível bom gosto!

N.E. - As maiúsculas, abundantes no texto da Katia, são originais e deverão ter para a autora um significado que, no entanto, me escapa por completo.

2 comentários:

  1. Não vou falar do Malaquias, génio de nunca esquecer, mas do que sente a brasileira. Eu sei. Tenho uma amiga "virtual" da Bahia, escritora e poetisa, que fala da morna como se fosse alguém que viveu em Cabo Verde. Quando notei o seu sentir fiz chegar às suas mãos um CD (autografado) de uma cantora amiga. Afinal, se nos entusiasmamos com a mùsica deles...

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  2. Percebo bem o sentimento da rapariga. Sentir saudades de um lugar onde nunca se esteve, de algo que nunca se vivenciou directamente, é próprio de uma alma sensível, poética. Que seria da poesia sem o paradoxo, a ambiguidade, a incongruência, a distorção do locus e do tempo, o esbatimento da distância, a distensão do ethos? Ou seja, sem a transformação do real para nos sentirmos mais inteiros e mais nítidos? A morna tem essa virtude de nos levar ao cume dos sentimentos.

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