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domingo, 4 de dezembro de 2016

[9979] - O DILEMA DAS VOCAÇÕES...


César Palmieri Martins Barbosa 03-12-2016
O DILEMA DE PORTUGAL ENTRE A UNIÃO EUROPEIA E A SUA VOCAÇÃO ATLÂNTICA.

No pensamento estratégico português se encontra bem claro o dilema entre a integração de Portugal no sonho europeu de uma União Europeia que reconquiste a hegemonia mundial da Europa e a volta de Portugal para a sua vocação atlântica, que levou Portugal a escrever uma das mais importantes páginas da História Universal.

O Portugal como província europeia ou a realização portuguesa como centro do Mundo Português, inserido em um projeto de comércio globalizado, divide o pensamento estratégico português porque as potências europeias excluem Portugal das suas relações com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, seja por criar barreiras protecionistas que dificultam, ou até impedem, as relações comerciais lusas com as suas ex-colônias, ou por tratarem por meio das matrizes de suas empresas multinacionais diretamente com os países lusófonos.

Agora, sob os riscos que pairam sob a própria existência da União Europeia, que poderá sucumbir nas eleições francesas de abril ou alemãs de maio do próximo ano, dentro de poucos meses, bastando que vença um governo anti-europeu em França ou na Alemanha, ou pior, em ambos os países, para que tudo termine no sonho europeu, Portugal move as suas peças para reavivar os seus laços com o Mundo Português, sugerindo até uma espécie de nacionalidade única, da Nação Lusófona, para surpresa dos que não estavam avisados da gravidade da situação de Portugal na União Europeia.

Cabo Verde se encontra sob a dependência do acordo cambial que sustenta o escudo caboverdiano atrelado ao euro, patrocinado por Portugal, que antes garantia a equiparação do escudo caboverdiano ao escudo português, mantendo com Cabo Verde uma ligação única em relação aos demais países lusófonos.

Em situação insustentável da sua dívida pública, Cabo Verde está sem um rumo estratégico conhecido para enfrentar a actual crise mundial, e corre o risco de sofrer uma radical mudança na sua demografia em razão da migração africana, em especial a nigeriana, pois a Nigéria , segundo a ONU alcançará a população de 400 milhões em 2050 e de 750 milhões em 2100.

O Reino de Portugal, Brasil e Algarves por interesse dos credores ingleses foi separado para melhor ser dominado e ao Brasil ficou o encargo de pagar toda a dívida do antigo reino, seguindo Portugal com o resto do Império Português, que seguiu a se endividar. Actualmente os credores internacionais, que agora não são apenas os ingleses, sentem a bancarrota da dívida portuguesa e de outros países lusófonos, em especial Cabo Verde, Angola e Moçambique como inevitável, e somente uma reunião de Portugal com o Brasil e outros países lusófonos poderá garantir a continuidade dos pagamentos devidos, pois o Brasil, apesar dos seus outros problemas, é um grande gerador de superávite de dólares em sua balança de pagamentos.

Logo, cremos que devemos aguardar as eleições de abril e maio de 2107 em França e na Alemanha para saber qual será o rumo que Portugal terá que tomar para evitar a quebra total e o caos de sua economia, e o esquema para recebimento dos seus haveres que os credores da dívida portuguesa irão engendrar.

É a nossa opinião, salvo melhor julgamento.

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