Páginas

domingo, 31 de julho de 2016

[9509] - MORREU O "SENHOR ATLETISMO"...


 MÁRIO MONIZ PEREIRA...
UM HOMEM QUE DEDICOU A SUA VIDA
AO ATLETISMO E AO SPORTING!...

[9508] - AS PIADAS DO MANEL...

Este é o aspecto que o fotografado teria se, entretanto, não tivesse envelhecido para aí 60 anos - ou mais!
Trata-se do Manuel Marques da Silva, Manuel Marques ou Manél de Nhô César...
Desde que o conheço, dos tempos em que, em S.Vicente até havia um cinema que o pai dele tinha inventado - o Eden-Park - que lhe vejo este sorriso prazenteiro, que emoldura uma boa disposição permanente e uma piada na ponta da língua por duas razões principais: por tudo e por nada!
Hoje, o Manél telefonou-me...Queria saber de mim, da mulher, do irmão, enfim, queria fazer aquilo que ele faz melhor que muito boa gente: falar!
Claro que tive que lhe dizer que, agora, andava a apanhar oxigénio...Espantado, perguntou como é que eu fazia e lá lhe expliquei que tinha uma maquineta em casa, para efeito...Pareceu ficar mais aliviado e comentou: "Ainda bem, pá: pensei que tinhas que ir para a rua correr atrás dele, para o apanhares!" 
As coisas que o Manél inventa!

P.S. - Claro que estas coisas, em crioulo, têm outro sabor mas temos que compreender que os russos não iriam entender patavina...



[9507] - CABO VERDE - OVOS PARA TODOS...



Ao todo são mais de 35 mil metros quadrados de terreno que vão ser ocupados por esta infraestrutura de produção de ovos e galinhas que têm, igualmente, por objectivo fornecer o mercado da ilha das dunas com os estrumes ali produzidos. Pelo terreno, a empresa, representada em Cabo Verde por João Pereira Silva, vai pagar 72 contos por hectare em cada um dos 50 anos que dura o contracto de cedência dos terrenos. Ao todo o investimento na criação desta nova empresa vai chegar aos dois milhões e setecentos mil euros (297 mil contos).
Numa primeira fase o contracto, assinado a 31 de Março deste ano, prevê que sejam entregues à empresa 8,7 hectares de terreno junto à Ribeira de Rabil, “sendo os outros 26,3 hectares disponibilizados” à empresa assim que o Estado verifique a “conclusão da primeira
fase do projecto que será feita através de nota enviada à   FREEGG”, empresa representada no acto de assinatura do contracto por João Pereira Silva.
O mesmo contracto prevê, no entanto, um período de carência, a favor da empresa, em que a FREEGG fica isenta do pagamento de qualquer renda durante um ano, estando o primeiro pagamento previsto para 1 Abril de 2017. De referir ainda que a FREEGG é uma empresacom um capital social de 2500 contos e que, nela, João Pereira Silva investiu 500 mil escudos sendo o restante capital um investimento de Helmer Richard Wilhelm.
Como já foi referido atrás o contrato tem a duração de 50 anos e poderá ser renovado por período igual ou inferior. O valor da renda, 72 mil escudos por ano, terá uma actualização de 3% ao ano enquanto durar o contracto de concessão. No entanto, lê-se no documento, apesar do valor estipulado para a renda, caso a empresa pague, de forma adiantada, as rendas de um ou vários anos “terá direito a um abatimento proporcional às rendas pagas em avanço e que nunca será inferior a 3% do montante pago”.
Estudo de impacto ambiental
O contracto entre o Estado e a empresa prevê igualmente que esta faça a instalação, no terreno, de uma central solar de produção de electricidade e, também, de todos os materiais necessários “à produção de água potável por dessalinização de águas salobras ou do mar, igualmente, destinada ao auto consumo da unidade de produção de ovos”.
Na 1ª fase e 2ª fase, segundo o Estudo de Impacto Ambiental, a fonte de alimentação será um gerador a diesel. Na 3ª fase está previsto converter o fornecimento de energia para energiarenovável solar e criar um sistema fotovoltaico, que cubra as necessidades de energia doaviário no seu todo e faça com
que o projecto deixe de utilizar combustíveis fósseis. Assinado por Marine N’Daye Pereira Silva, o estudo de impacto ambiental explica que o aviário de poedeiras “visa a produção de ovos e tem como
objectivos a produção e abastecimento da população e doshotéis da ilha da Boa Vista (1ª fase); o abastecimento da população e hotéis da ilha do Sal (2ª fase); e o abastecimento deoutras ilhas (3ª fase), sendo que a possibilidade de exportar ovos a partir de Cabo Verde também está nos objectivos doproponente”.
Um dos pontos críticos da exploração do aviário de poedeiras FREEGG, aponta o estudo a que o Expresso das Ilhas teve acesso, é a gestão dos pavilhões e os parques das aves,sendo que as principais emissões serão os gases (amónia), as poeiras, os cheiros e o ruído.
“Os impactos resultantes dos pavilhões e parques das poedeiras terão um efeito negativo significativo na qualidade do ar (amónia e poeiras), no solo (amónia) e na saúde e segurança dos trabalhadores e pessoas (amónia, poeiras, cheiros e ruído); e um impacto negativo pouco significativo na fauna (poeiras) e flora (amónia e poeiras)”, aponta o estudo. 
Fornecimento do mercado e geração de empregos
A entrada em funcionamento do aviário de poedeiras FREEGG trará impactos “positivos muito significativos à economia da ilha (numa primeira fase) pela introdução no mercado de ovos e galinhas a preços competitivos (resultado da diminuição dos custos de produção por via da produção local e da redução das despesas com os transportes e a importação)” explica o Estudo de impacto Ambiental que acrescenta ainda que a entrada em funcionamento do aviário irá “dar resposta às necessidades em bens alimentares de uma população residente e flutuante (turistas) que vem crescendo anualmente.”
Quanto à criação de emprego, também este factor é visto de forma positiva no documento uma vez que “ serão necessários recursos humanos para as várias etapas de implementação do projecto, nomeadamente: construção do aviário/infraestrutura (temporária); cuidar do aviário e das galinhas; venda de ovos e galinhas; secagem do esterco das galinhas; venda do estrume de galinhas, estimando-se a criação de cerca de 100 postos de trabalho directos e indirectosnuma primeira fase”. (in E.I.)

sábado, 30 de julho de 2016

[9506] - CARGA DA BRIGADA...PESADA!


[9505] - REUTILIZE O CHÁ USADO...


Ele colocou um saco de chá usado no carro? O motivo é genial! Vais fazer o mesmo quando souberes!
O que usa para purificar o ambiente interno do carro? Com esta dica vai poder economizar e assim reaproveitar algo que supostamente deitaria para o lixo.
Faz chá de saquetas? Certamente depois de o chá estar pronto, deita a saqueta fora, certo? Mas sabia que a saqueta do chá antes de ir para o lixo pode ser reaproveitada?
Isso mesmo. A bolsa usada de chá tem excelentes utilidades domésticas.
E vai conhecer 6 delas agora:

1. Tratar irritações na pele
Se aleijou na pele? Ou foi picado(a) por um mosquito? Arranhões, contusões, vermelhidão, inflamações e picadas de insetos podem ser aliviados com a ajuda de saquinhos de chá.
Basta molhar a bolsinha de chá com água fria corrente e mantê-la pressionada e em contato com a área afetada por 15 minutos. O chá contém tanino, que vai remover a inflamação e a irritação, além de reduzir a vermelhidão e o inchaço.
Manchas de sol, herpes e olheiras também podem ser tratados com compressas frias de saquinhos de chá usados.

2. Eliminar odor ruim em sapatos
O odor desagradável de sapatos vai desaparecer se colocar um saco de chá usado dentro deles. Ele vai absorver o excesso de humidade e o mofo.

3. Eliminar odor ruim do frigorífico
Se colocar um saquinho de chá usado no frigorífico, ele vai neutralizar o cheiro desagradável. A bolsa usada de chá vai absorver os odores dos alimentos e manterá o equilíbrio de humidade do local onde conserva os alimentos.

4. Facilitar limpeza de pratos
Como limpar os pratos muito sujos sem o uso de produtos químicos e não perder tempo removendo os resíduos endurecidos de comida?
Mergulhe os pratos durante a noite numa pia cheia de água e coloque alguns sacos usados de chá dentro. Na manhã seguinte vai eliminar toda a sujidade e a gordura dos pratos com enorme facilidade.

5. Evitar a presença de ratos, aranhas e outros insetos
Os sacos de chá usados não agradam a ratos, aranhas e insetos. O cheiro de chá os incomoda e eles afastam-se.
Basta colocar bolsinhas usadas na despensa e em outras áreas problemáticas.

6. Purificar o ar do carro
Tudo que precisa fazer é colocar um saquinho usado de chá no seu carro, em vez de um ambientador. Ele vai efetivamente absorver a humidade e eliminar os maus odores.
Vale a pena tentar este truque: é tão eficiente quanto os purificadores de que compram na loja, mas estes são muito mais baratos!

Pesquisa de
Tuta Azevedo







sexta-feira, 29 de julho de 2016

]9504] - O SABOROSO VENENO...

A maioria das pessoas não sabe, e nem imagina, o mal que nos faz este veneno, que até os ossos nos destrói, e é consumido diariamente por imensa gente por todo o mundo. Conhece os seus efeitos no corpo humano.



O que acontece quando se consome uma bebida à base de cola? A maioria das pessoas provavelmente não perde muito tempo pensando a respeito, mas a verdade é que esta bebida deliciosamente doce e levemente gaseificada tem impactos consideráveis sobre o corpo, impactos que o farmacêutico West Conner resumiu em seu blog como um alerta:

Os primeiros 10 minutos

10 colheres de chá de açúcar são injetadas no seu corpo (o equivalente a 100% do consumo diário recomendado). Você só não vomita imediatamente porque o ácido fosfórico mascara o sabor intensamente doce.

Depois de 20 minutos

O nível de açúcar no seu sangue dispara, o que causa a liberação imediata de insulina. O seu fígado então entra imediatamente em ação, convertendo o açúcar circulando pelo corpo em gordura.

Depois de 40 minutos

Passados 40 minutos, a cafeína presente na bebida já foi completamente absorvida pelo organismo. Suas pupilas começam a dilatar, a pressão arterial sobe e o fígado responde injetando ainda mais açúcar na sua circulação. Os receptores de adenosina no seu cérebro agora estão bloqueados, e por isso você não sente cansaço.

Depois de 45 minutos

O seu corpo libera ainda mais dopamina. A dopamina, da mesma forma que a heroína, estimula o centro de prazer do cérebro.

Aos 60 minutos

O ácido fosfórico ajuda a concentrar o cálcio, magnésio e o zinco no seu trato intestinal, o que acelera ainda mais o seu metabolismo. Este processo é ainda reforçado pelas doses cavalares de açúcar e os adoçantes artificiais que forçam a excreção de cálcio na urina.

Após 60 minutos

As propriedades diuréticas da cafeína começam a fazer efeito (o que basicamente faz você correr para o banheiro). Todo o cálcio, magnésio e zinco que deveriam ir para os seus ossos são excretados, assim como o sódio, os eletrólitos e a água.

Um pouco depois de 60 minutos

Quando a euforia finalmente passa, vem a hipoglicemia. Você se sente irritado e lento. Você perdeu toda a água contida na bebida de cola. E com ela se foram todos os nutrientes tão importantes para o bom funcionamento do seu corpo. Nutrientes que poderiam ter hidratado o seu corpo ou fortalecido os seus dentes e ossos. E para piorar, as chances de você desenvolver diabetes e ter de usar uma bomba de insulina como a da foto aumentam.

A maioria das pessoas não sabe quais são os efeitos nocivos dos refrigerantes de cola. Por isso é tão importante que o maior número possível de pessoas tenha acesso a essas informações. Então, partilhe isto com todas as pessoas que você conhece.


Pesquisa de
Adriano M. Lima

[9503] - HOMENAGEM...

CORSINO FORTES, homem de letras, politico, nome grande de uma terra pequena, teve, um ano após a sua  morte, a homenagem que lhe era devida, na expressão da implantação do seu busto na rua que, agora, tambem leva o nome do insigne poeta...
Mas, infelizmente, neste mundo de Deus nem tudo é perfeito e, apesar de o busto evidenciar ser uma obra de qualidade, parece que  ninguém sabe o nome do escultor...Na realidade, a TV, os jornais e, pelos vistos, a rádio, acharam que isso era um pormenor perfeitamente despiciendo...
Creio que urge desvendar este mistério, hoje referido no Blogue "Praia-de-Bote"...



OS RUSSOS CONTINUAM A "ATACAR" !
ESTÃO NO PRIMEIRO LUGAR DO PÓDIO DOS
VISITADORES DO BLOGUE NOS ÚLTIMOS
QUATRO DIAS...

quinta-feira, 28 de julho de 2016

[9501] - A GRANDE DIFERENÇA...


A Alemanha foi colonialista,

A França foi colonialista, 

A Inglaterra foi colonialista,

A Holanda foi colonialista,

A Espanha foi colonialista,

A Itália foi colonialista,

Portugal foi colonialista,

Mas SÓ PORTUGAL consegue que os povos dos países por onde andou se manifestem em massa,

SOFRAM com as derrotas de Portugal como se fossem eles próprios os derrotados,

VIBREM com as vitórias de Portugal como se fossem eles próprios os vencedores,

Gritem BEM ALTO: GANHÁMOS! GANHÁMOS! GANHÁMOS!

 É por tudo isto, por sermos multiculturais, multirraciais, que esta "Europa da treta" não nos suporta…
:::::::::
Uma imagem vale mais que mil palavras:

Uma timorense a sofrer por Portugal em 2016, meio milénio após a primeira vela com a Cruz de Cristo ter alcançado o Mar de Banda.

E há quem diga que O MUNDO PORTUGUÊS já lá vai...

Não vêem a vela bem acesa nestes olhos?

Dizem que é APENAS FUTEBOL.

Não! 

É muito mais do que isso!

É RAIZ ANCESTRAL, É PASSADO VIVO, É ESPERANÇA NO FUTURO.

É o assumir de uma IDENTIDADE, incompreensivelmente bela e tensa.

É o desejo do BEM personificado na perfeição.

=

(Rainer Daehnhardt)

(Pesquisa de Valdemar Pereira)


quarta-feira, 27 de julho de 2016

[9500] - MORTE, A MINHA COMPANHEIRA!

QUINTANA


(Para Moysés Vellinho)

Minha morte nasceu quando eu nasci...
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi

Já não tem mais aquele jeito amigo
De rir que, aí de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

Tu que és minha doce prometida,
Nem sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...

E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti...saber que tu existes!

In: A Rua dos Cataventos

terça-feira, 26 de julho de 2016

[9499] - A VINGANÇA DO ISLÃO!?...


BOSSUET - CHATEAUBRIAND - CONDORCET - FLAUBERT - MONTAGNE
MONTESQUIEU - TOCQUEVILLE - VIGNY - VOLTAIRE - MALRAUX - 
DE GAULE...

Estes onze nomes pertencem a outros tantos autores franceses famosos que alguma vez nas suas vidas se referiram ao Islão, a Maomé, ao Corão, ao Islamismo, aos Muçulmanos de forma mais ou menos ofensiva, por vezes violenta e, via de regra, culpando a religião e os seus seguidores de todos os males passados, presentes e futuros, em demonstrações de um antagonismo visceral e irredutível...
Ocorre, pois, perguntar se o povo francês não andará hoje a pagar os exageros dos seus maiores mas com os juros altíssimos de perdas de vidas inocentes, sacrificadas no altar de uma querela para a qual em nada contribuíram...

[9498] - COMUNICAR...











Ouvi, na TV, este principio de tarde um sacerdote católico português, juntamente com outros dois comentadores, digamos, civis, falar sobre terrorismo e atentados, nomeadamente o desta manhã na Normadia, em que perdeu a vida um padre católico selváticamente degolado...
Para justificar os seus pontos de visto segundo os quais tem reinado, sobre estes tristes acontecimentos, um imenso diálogo de surdos, relata uma experiência que, semanas atrás, experimentou a norte de Israel, onde se encontra de visita a determinadas ruínas históricas.
Numa ruela estreita de um vilarejo, ao fim de uma tarde quente, cruzava-se com um árabe com as suas vestes e turbante tradicionais, de cenho carregado, mas deixou que dos seus lábios se soltasse a saudação árabe as-salamu alaykum...
Instantaneamente, a cara do árabe se iluminou de um largo sorriso ao ouvir alguém, que ele presumia hostil, falar-lhe na sua própria língua e, de olhar surpreendido e convencido de estar a dirigir-se a um judeu, respondeu, em hebraico, shalom...
Um pormenor, um simples pormenor, que bem poderia ser a chave para a solução de um problema de dimensões cósmicas: COMUNICAR!!!

]9497] - NASCEU HÁ 196 ANOS!...

MARIA SEVERA ONOFRIANA

Nasceu a 26.07.1820, em Lisboa, onde viria a falecer 26 anos mais tarde, num dia 30 de Novembro...
E, quando ela nasceu, nascia, sem ninguém saber,  o Fado em Portugal!

MARIA SEVERA
A PRIMEIRA FADISTA DA HISTÓRIA DA HOJE CONSIDERADA A CANÇÃO NACIONAL!

[9496] - C O N V I T E ...

in. BLOGUE "PRAIA-DE-BOTE" (J.Saial)

[9495] - TRABALHO...EM SEGURANÇA!...




[9494] - HUMOR....OU TALVEZ NÃO!...


Esta manhã, como faço diariamente divertia-me a ver mais um  episódio da Série sobre as actividades da NCIS, de Nova Orleães, quando um dos protagonistas se sai com uma frase que me chamou a atenção, quando se falava acerca de algo que tinha a ver com a Alemanha...Dizia ele: "...eu até gosto dos alemães...São como os Smarties: duros por fora, moles por dentro!"
Fiquei a matutar se o actor não terá razão e todo aquele emproamento e complexo de superioridade que os germânicos exibem não será para disfarçar uns escondidos corações de manteiga...Mau grado a História teimar em provar o contrário!

segunda-feira, 25 de julho de 2016

[9493] - O ADEUS AOS GIGANTES DOS MARES...


Após quatro dias de acostagem ao cais de Santa Apolónia, durante os quais foram visitados por milhares de pessoas, 51 dos maiores veleiros do Mundo, empenhados na Tall Ships Race 2016, partiram, hoje, para Cádis noutra etapa da prova que os trará a Lisboa, de novo, na edição de 2020.  Foi, sem dúvida, um acontecimento de extraordinária beleza!

[9492] - O MUNDO GLOBAL....

(Pesquisa de Valdemar Pereira)

[9491] - GENTE PEQUENINA...

SITUAÇÕES ESPECIAIS

Henrique Salles da Fonseca 
Blogue “A Bem da Nação”, em 21 de Julho 2016

Tenho uma cunhada doutorada em química que é investigadora numa Universidade no Canadá e anda com frequência a fazer conferências em Congressos da especialidade um pouco por toda a parte. Tão depressa está em Tóquio como em qualquer parte dos EUA, na Europa, etc.

Aquando da final do Europeu de Futebol, estava por acaso em Paris num desses Congressos onde teve que botar faladura sendo que a organização do certame decidiu fazer um intervalo nos trabalhos para se assistir à final França – Portugal. Foi ela a última oradora antes do intervalo e, para além de muito louvada pelo conteúdo da sua palestra, concitou também a simpatia geral por ser a única congressista da nacionalidade do «pequeno» País que iria nesse dia disputar a final doCampeonato Europeu de Futebol. Louvores importantes; simpatia porfaits divers.

Havendo várias televisões espalhadas pelo recinto do Congresso para que os participantes se pudessem agrupar por centros de simpatia, com a minha cunhada apenas se solidarizaram os poucos italianos presentes; todos os demais congressistas aderiram aos favoritos franceses.

Mas quando Portugal se sagrou Campeão Europeu de Futebol, metade dos congressistas franceses deixou de falar à minha cunhada.

Se isto se passou com uma elite científica, dá para perguntar o que se passa de tão estranho na Nação francesa que inverte valores entre a importância duma brincadeira futebolística e a duma conferência científica de ponta a nível mundial.

Oxalá que não se passe nada de muito grave mas é claramente uma situação especial.

(Pesquisa de Adriano M. Lima)


[9490] - NETA DE PEIXE...



A MAGIA DA PRAÇA NOVA

Há momentos em que, sem querermos, quase ao acaso, apercebemo-nos de que a retrospectiva das coisas que nos aconteceram ganha um valor diferente. Um sabor até especial, de recordação sentida. Através de uma maneira mais actualizada de olhar para a realidade que vivemos no passado.

Encontrei nos escritos do meu avô Adriano Lima um poema que tem o título Noite de Luar na Praça Nova. Ah, é a praça que conheci em 2012 quando pela primeira vez visitei a cidade do Mindelo. Então, deu-me para ler esse poema, que não tinha ainda lido. Foi como se quisesse encontrar nas memórias pessoais que nele se celebram alguma correspondência com as minhas próprias memórias da visita que fiz.

Já agora, digo que estive sentada nos bancos da Praça Nova mais de uma vez, principalmente quando íamos ao hotel em que ficou hospedada a minha tia Ana e que ficava mesmo ao lado. Lembro-me de que a praça era muito frequentada à noite e havia muito movimento de pessoas a andar para cima e para baixo. As crianças brincavam, umas andando em pequenas bicicletas, outras em “scooters” e “skates”, outras correndo e fazendo as normais tropelias infantis. Achei aquilo tudo muito semelhante às rotinas das praças em Portugal das cidades médias da província. Por sinal, o tempo atmosférico era nessas noites muito agradável, apetecível para se estar ao ar livre e deixar correr o tempo. Ou não estivéssemos em Julho…

É desta maneira, tentando recompor a memória fotográfica que guardei da Praça Nova, que a tento ver agora sob o olhar do autor do poema. Mas leio o poema e surgem perguntas inevitáveis: - avô, quem era o B. Leza, esse de quem dizes: “E em vão procurar B. Leza entre os rapazes da serenata e só conseguir ouvir a plangência do seu violino no lento suspiro da noite e na terna placidez das raparigas girando em redor da praça”. Pergunta feita e fico a conhecer o músico, que pertence às memórias do autor. Percebi o sentido da metáfora. Os músicos estão em toda a parte e a toda a hora na cidade do Mindelo.
Mas de música só ouvi um dia a do coreto da Praça. Ela saiu “da clausura da pauta e foi pousar nas folhas das árvores, nas réstias de luar, no riso das moças, nos vestidos das damas, e depois!... foi senti-la a evadir-se, dengosa e insinuante, pelas ruas de Mindelo.”
Agora sinto que foi pena não conhecer este poema à data da minha visita. Mas eu tinha então só doze anos… Os actuais dezassete, feitos há uma semana, fazem a diferença, o que é natural.

Mas as perguntas continuam: avô, não vi esse cinema Eden Park de que falas quando escreves: … “Ei-la afinal presente e ausente na sedução do olhar, na volúpia dos lábios, no langor do sorriso, da Marlene Dietrich, além no cartaz do Eden Park!...”. Com a resposta à pergunta, fiquei a saber que esse cinema terminou há muito os seus dias. Que pena! Numa época em que não havia televisão, internet e os outros aparelhos que nos fazem as delícias actualmente, entendo o sentimento que o autor deixa transparecer no poema.

O Eden Park já tinha sido, já era só memória, mas… ahhh, as vendedeiras de mancarra (amendoim) essas lá estavam e comprei uma mancheia do produto: … “Deixar soltar a voz ridente da vendedeira de mancarra e ouvi-la cantarolar sodade di nha cretcheu até cair a penugem da noite na cálida nudez dos seus enfeites”. E eu que achei essa mancarra com um paladar diferente, mais saborosa, como se tivesse sido acabada de torrar...

Na minha jovem idade, quatro anos fazem uma enorme diferença. Aquilo que vivi em 2012 foi mais à flor da pele da menina de doze anos, diferente do que permite a minha idade actual, e ainda mais depois de ter estudado bem as disciplinas de português e filosofia. Mas o poema de Adriano Lima, que li agora, veio avivar-me o sentimento e mostrar-me uma Praça Nova iluminada não por uma noite de luar mas por luzes que pertencem à alma.

Enfim, a nostalgia do avô é agora minha: “Ó doce e inefável fixação do olhar feiticeiro
que alumia a noite na Praça Nova!”

Quarteira, 23 de Julho de 2016

 Maria Beatriz Lima Barreiro

...oooOooo...

NOITE DE LUAR NA PRAÇA NOVA

É tempo de abrir
As grades dos jardins
E soltar as flores
À plenitude da música
Na noite de luar da Praça Nova,
E em vão procurar B. Leza
Entre os rapazes da serenata
E só conseguir ouvir
A plangência do seu violino
No lento suspiro da noite
E na terna placidez das raparigas
Girando em redor da Praça.

Ai Amsterdão, Paris, Londres, Lisboa!...
Para quando o exótico sentir
Da ânsia acalentada,
Do transe da espera,
Do enlevo do reencontro
De uma noite na Praça Nova?

É tempo de abrir
O avulso repertório
Do povo da Praça Nova.
Deixar soltar a voz ridente
Da vendedeira de mancarra
E ouvi-la cantarolar sodade di nha cretcheu
Até cair a penugem da noite
Na cálida nudez dos seus enfeites.
Ver o rapaz da maleta de drops e chesterfield
Definir seu território,
Exibir sua pose galante
E invadir o deleite
De meninos e moços.
                                                                                                                             
É tempo finalmente
De abrir o coreto 
E libertar a música
Da clausura da pauta
E deixá-la pousar
Nas folhas das árvores,
Nas réstias de luar,
No riso das moças,
Nos vestidos das damas,
E depois!...
Senti-la a evadir-se,
Dengosa e insinuante,
Pelas ruas de Mindelo.  

Mas já são seis voltas 
À Praça e ela não  aparece...
Nem a brisa me antecipa
A fragrância do seu perfume…
Ah, mas vejo-a agora!
Ei-la afinal presente e ausente
Na sedução do olhar,
Na volúpia dos lábios,
No langor do sorriso,
Da Marlene Dietrich,
Além no cartaz do Eden Park!...

Ó doce e inefável fixação
Do olhar feiticeiro
Que alumia a noite na Praça Nova!

Tomar, 30 de Dezembro de 2001

Adriano Miranda Lima
   

                                                             


domingo, 24 de julho de 2016

[9489] - TURISMO...COM SUBSTÂNCIA!

José Almada Dias
Não há turismo de qualidade sem o envolvimento da História e da Cultura.
No passado dia 2 de Junho, decorreu nesta cidade do Mindelo, nas instalações do Centro Nacional de Artesanato, um evento denominado Seminário Intercalar do projecto de pesquisa História, Memória, Urbanismo e Arquitectura em Mindelo: diálogos coloniais e pós-coloniais, organizado pelo Grupo Nacional de Trabalho (GNT-CV). O tema do seminário era “Património e História”.
A começar, uma autêntica aula de História ministrada por António Leão Correia e Silva sobre a história do Porto Grande e sobre o modo como o invulgar percurso desta cidade-ilha moldou o carácter das gentes de todas as ilhas que nela vieram sofrer a transformação de camponeses para operários, trabalhando nas empresas carvoeiras inglesas, num processo sociologicamente inovador que conduziu ao exemplo mais expressivo de população assalariada do país.
Ainda no dizer do historiador, foram as empresas inglesas que tiraram do papel o sonho dos liberais a partir de 1850, fundando de facto a cidade do Mindelo. Um exemplo citado foi o da empresa inglesa Millers & Corys, que terá sido um dos maiores promotores imobiliários da cidade nos seus primórdios, construindo habitação social para os seus trabalhadores. Um exemplo que me catapultou por momentos para a minha infância, visto que o meu avô e o meu pai trabalharam ambos nessa empresa, que abandonou São Vicente no ano de 1977. Ainda hoje, se visitarmos o bairro de Dji de Sal, está lá a prova viva destas experiências de habitação social feitas por outras empresas inglesas. Aqui abro um parêntesis para dar um salto à ilha da Boa Vista e pensar que nem isso conseguimos exigir às empresas hoteleiras que se instalaram recentemente nessa ilha (se conhecêssemos a nossa história, talvez tivéssemos exigido em pleno século XXI o que já tínhamos vivenciado quase dois séculos antes, evitando termos hoje turismo com bairros de barracas numa ilha que poderia ser um tesouro turístico, um El Dorado do turismo de luxo).
Foi curioso ficar a saber que a intenção do poder colonial sempre foi fazer da ilha de São Vicente uma ilha diferente das outras, nas diversas tentativas de povoamento da mesma, que, segundo o historiador, sempre foram autênticas utopias.
Uma dessas utopias era povoar a ilha com açorianos para ter uma cidade de gente branca, em contraponto com as restantes ilhas (sem desprimor pelos nossos irmãos açorianos, ainda bem que tal não aconteceu dessa forma, senão não teríamos esta bonita miscelânea nesta cidade fruto da mistura das misturas crioulas cabo-verdianas).
Houve de tudo nas tentativas de povoamento da ilha, inclusive manipulação de informação sobre os terrenos férteis e abundância de água existentes, jogadas subversivas para evitar a possibilidade de os americanos aqui estabelecerem uma base de pesca da baleia, ou seja, autênticas novelas históricas que estão por contar e que, certamente, farão o deleite de qualquer cidadão curioso e dos visitantes e turistas.
Uma pequena cidade com uma curta mas riquíssima história, que conta com a primeira greve do arquipélago, quando os trabalhadores do Porto Grande se rebelaram contra as poderosas companhias inglesas, paralisando o porto.
Também aqui aconteceram os primeiros episódios de alternância política democrática, já nesse tempo também envoltos em acusações de fraudes e de conluio com as empresas britânicas.
“Esta gente é a mais feliz do arquipélago, porque aqui não passarão fome”, uma afirmação feita por um administrador colonial a propósito dos habitantes da ilha de São Vicente.
Realmente, é importante conhecermos a história para podermos perceber a realidade e as diferentes idiossincrasias das populações de um país.
São Vicente é, como qualquer outro lugar, fruto da sua própria história. É o próprio Correia e Silva que afirmou a este propósito: “São Vicente tem fome de futuro, de inovação, de ser diferente do resto das ilhas”. Afirmações fortes feitas por quem sabe, e devidamente enquadradas pelo estudo minucioso da História e uma correcta interpretação dos factos históricos e de como os mesmos moldam as populações, não fosse o nosso historiador um sociólogo de formação.
Correia e Silva ainda referiu que existia na época uma verdadeira indústria de postais, para servir o turismo, confirmando as minhas afirmações já feitas neste espaço e noutros fóruns de que São Vicente foi a primeira ilha a conhecer o turismo, com os primeiros hotéis a serem construídos nesta cidade para albergar turistas, viajantes, aventureiros e homens de negócios, para além do centenário turismo de cruzeiros. Mais uma vertente importante, as primeiras experiências empresariais ditadas por uma autêntica economia de mercado internacional, que permitiu aos cabo-verdianos terem contacto directo com o mundo moderno, tirando partido das oportunidades de negócio existentes na época.
A esse propósito, não faltaram referências aos fortes intercâmbios culturais que esta cidade-porto vivenciou desde os seus primórdios, com o historiador a referir a presença frequente de bandas de música de barcos ingleses, brasileiros e argentinos no coreto da Praça Dom Luís. Por aqui se percebe a influência musical internacional que sofreram alguns dos maiores trovadores e músicos nacionais, como B. Leza, Luís Rendall, Luís Morais, Ti Gói, Frank Cavaquinho, Manuel d’Novas e tantos outros.
Não é de se estranhar, portanto, que B. Leza tenha começado a compor sambas poucos anos depois do primeiro samba ter sido gravado no Rio de Janeiro, e que o meio-tom brasileiro tenha entrado na morna moldando, definitivamente, o nosso género musical mais representativo, e que a coladeira tenha nascido sob a forte influência de ritmos latino-americanos que desfilaram neste porto.
O desporto também foi referenciado, uma herança importante e que pode ser devidamente associada à história e ao turismo de luxo ligado ao desporto, como veremos na segunda parte desta crónica.
Deu-me especial gozo ouvir Correia e Silva fazer um paralelismo entre a Cidade Velha e o Mindelo, no que concerne ao papel estratégico que essas duas cidades cabo-verdianas tiveram no comércio transatlântico e na movimentação de pessoas neste nosso oceano, algo que eu tinha aflorado na crónica anterior.
Na próxima crónica, abordaremos a importância do turismo urbano, a sua ligação à história, à cultura e à preservação do património imaterial e material, com algumas propostas para as nossas cidades.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 763 de 13 de Julho de 2016.

terça, 19 julho 2016 06:00

[9488] - O FILÃO NORUEGA...


Noruega é capaz de ser o país mais desenvolvido do mundo e, segundo parece, não sabe o que fazer ao dinheiro. Tem mais de 800 mil milhões de euros disponíveis para investir, dividendos do petróleo que transformou o país num dos mais ricos do mundo. E há oportunidades para Portugal.. e não só...
A Noruega tem uma velha ligação afectiva com Cabo Verde, desde os tempos em que a sua célebre frota de baleeiros, os famosos Whale Boats, lotavam o Porto Grande de S.Vicente...
Ofereceram a Escola Náutica a Cabo Verde mas não consta que, apesar deste clima de sã convivência, algum governante cabo-verdiano tenha, alguma vez, posto um pé na Noruega para agradecer... (Adaptado de um texto de Jose Manuel Almada Dias)

[9487] - O DIABO QUE ESCOLHA...

São poucos os escritores progressistas norte-americanos cujos livros denunciam a estratégia de dominação planetária dos EUA como ameaça à Humanidade. 

Diana Johnstone é quase uma exceção. Não é marxista nem revolucionária e acredita nos valores da democracia ocidental. O que critica é o funcionamento da engrenagem do poder, a ambição, a perversidade, a irresponsabilidade, o belicismo da elite oligárquica que no seu país controla o sistema e define a sua relação com o mundo. 

Ligada aos Verdes, colaboradora de Counterpunch, especializada em temas políticos europeus, Diana (81anos) reside em Paris e a maioria das suas obras foi escrita em França. 

O seu último livro, Hillary Clinton Rainha do Caos [1] tem entre outros o mérito de chamar a atenção para a ameaça potencial que representa para a Humanidade a candidata à Casa Branca que será provavelmente a próxima presidente dos Estados Unidos. 

Diana, apoiando-se numa documentação exaustiva, apresenta de Hillary um perfil tão assustador que muitos eleitores norte-americanos podem concluir que ela é mais perigosa do que Donald Trump. O multimilionário texano é um beócio ignorante, xenófobo, racista, ultra reacionário. Conta com o apoio da extrema-direita por defender projetos tão monstruosos como a construção de um alto muro eletrificado na fronteira com o México e a expulsão massiva dos imigrantes ilegais. É uma personalidade megalómana, um irresponsável. 

Mas, inesperadamente, Trump critica a corrida às armas, pretende reduzir o Orçamento de Defesa, e melhorar as relações com a Rússia e a China. Discorda do envolvimento dos EUA em novas guerras. Para ele a saída da crise passa pela economia, pela expansão do comércio. 

O escritor australiano John Pilger afirma que Hillary é favorável ao emprego de armas nucleares táticas em algumas "guerras preventivas". Seria abrir a porta à destruição da Humanidade. 

FAVORITA DO COMPLEXO MILITAR INDUSTRIAL 

O livro de Diana Johnstone transcende pelo seu conteúdo e significado os problemas ligados à eleição presidencial. 

Grande parte dos seus sete capítulos é dedicada a iluminar o funcionamento de um sistema criminoso, montado por uma oligarquia que aspira a modelar o mundo sob a égide dos EUA. No vértice dessa engrenagem situa-se o Complexo Militar Industrial. O seu poder nocivo já era tamanho que Eisenhower, há mais de meio século, no seu discurso de despedida alertou o povo americano para a sua perigosidade. 

O desaparecimento do "inimigo comunista" estremeceu os alicerces da poderosa indústria que produz armas, considerada pelo sistema base da prosperidade nacional. 
O governo Truman recusou todas as propostas de desarmamento da União Soviética, que aspirava a uma paz duradoura para reconstruir o país, devastado pela guerra. 

A elite do poder estado-unidense decidiu que era imprescindível inventar novos inimigos e desencadear em cadeia guerras para os destruir. 

A estratégia agressiva de dominação universal foi o complemento da política imposta pela sobrevivência e agigantamento do Complexo Militar Industrial. 

Iniciou-se então um ciclo de agressões bélicas que perdura desde meados do século XX: Coreia, Vietnam, Camboja, Laos, Iraque, Afeganistão, Somália, Iémen, Líbia. O estado neofascista de Israel foi no Médio Oriente o aliado permanente do imperialismo estado-unidense. 

Diana Johnstone analisa em pormenor os mecanismos utilizados para anestesiar a consciência dos povos de modo a viabilizar essa estratégia. 

As agressões militares são apresentadas como iniciativas humanitárias em defesa da liberdade e da democracia. A fórmula tem sido repetida com êxito, tendo como instrumento um sistema mediático manipulado pelo imperialismo. 

Campanhas massacrantes de deformação da história precedem as agressões militares. As "guerras preventivas" são justificadas pela necessidade de destruir ditaduras e tiranos que oprimem os seus povos e ameaçariam "a segurança dos EUA". A demonização dos comunistas do Vietnam, de Sadam Hussein, de Khadafi foi prólogo de intervenções militares que devastaram os países "libertados", matando centenas de milhares de pessoas. 

HILLARY FAVORITA DO PENTÁGONO 

Hillary aprova o famoso comentário da sua íntima amiga Madeleine Albright sobre o poder das forças armadas dos EUA: "Para que ter toda essa força militar se não a usamos?" 

Apoiou, com entusiasmo por vezes, todas "as guerras preventivas" do seu país. 

Na juventude foi admiradora do senador Barry Golwater, o caçador de bruxas, ideólogo da campanha de perseguição a intelectuais e artistas acusados de filo comunistas. 

Em 1999 foi ela quem convenceu o marido, o presidente Bill Clinton, a iniciar o bombardeamento da Sérvia pela NATO e a expressar solidariedade com a mafia do Kosovo. O esfacelamento da Jugoslávia foi aliás o laboratório de "guerras preventivas" posteriores. 

Quando senadora, em 2009, deslocou-se às Honduras para impedir que Cuba fosse readmitida na OEA. Semanas depois, o presidente Zelaya foi metido em pijama num avião e expulso do país. Hillary, então secretária de estado, qualificou o golpe militar de "crise", convidando "todas as partes" a resolver o problema "sem violência". Posteriormente aprovou a fraude eleitoral que "legitimou" o golpe. No seu livro de memórias Hard Choices (Escolhas difíceis) define o seu estilo diplomático como "O poder Inteligente". Esse poder – escreve Johnstone – significa para ela recorrer a todos os meios possíveis para promover a hegemonia mundial dos EUA". 

Sionista desde a adolescência, afirmou repetidas vezes que é inquestionável o direito de Israel a assumir-se como "estado judeu". 

Hillary defende a tese do "excecionalíssimo americano". Para ela os EUA são uma nação predestinada a salvar a humanidade, a "ultima esperança da humanidade". No cumprimento dessa missão instalaram mais de 600 bases militares em 148 países. 

Fiel a essa mundividência qualifica de criminosos os lideres de pequenos países que não se submetem às exigências de Washington. No que toca a Julian Assange, Edward Snowden e o soldado Maning, as suas revelações são para ela "ataques aos Estados Unidos e à comunidade internacional". 

Como secretária de Estado de Obama, intensificou a ingerência dos EUA nos assuntos internos de 50 países. Hillary Clinton – escreve Diana – parece estar totalmente convencida de que o progresso do mundo depende de os EUA dizerem a toda a gente como se deve comportar desde a oração até ao quarto". 

É uma metodista fervorosa e gosta de rezar em público em grupos de estudo da Bíblia no Prayer Breakfast (Pequeno almoço de oração).A participação nessas iniciativas, promovidas pela Rede de direita Fraternidade, não é, porém, gratuita: custa 400 dólares. 

Hillary, com frequência, invocava o genocídio de "povos oprimidos" para justificar as "intervenções humanitárias". Na realidade eram as agressões militares imperialistas que assumiam um carácter genocida, provocando autênticas hecatombes. Assim aconteceu no Afeganistão, no Iraque e na Líbia. 

Washington recorreu algumas vezes ao Tribunal Penal Internacional, de cuja jurisdição os EUA aliás se excluíram, para obter a condenação de políticos do leste acusando-os de genocidas. Manipulado, esse Tribunal de farsa, criado ad hoc, julgou entre outros o ex-presidente da Sérvia, Milosevic, acusado de crimes que não tinha cometido, como sublinha Diana Johnstone. 

A OBSESSÃO ANTI RÚSSIA 

Hillary desenvolveu desde a juventude uma obsessão anti Rússia. O ódio que sentia pela União Soviética sobreviveu à destruição do regime socialista. Foi transferido para Putin. 

Durante os mandatos do marido como presidente, empenhou-se na defesa de um projeto de reforma da saúde. Mal concebido e estruturado, fracassou. Ao ser nomeada chefe do Departamento de Estado, esqueceu rapidamente essa frente de luta. 

Acarinhada pelos neocons e pelos generais e almirantes do Pentágono, desempenhou então um papel importante em todas as campanhas que precederam agressões militares desencadeadas pelos EUA em defesa dos "direitos humanos". Ao receber a notícia de que Kadhafi tinha sido torturado e mutilado, começou – segundo Johnstone – "a rir em gargalhadas felizes" e exclamou: "Viemos, vimos, ele morreu". 

Apoiou com entusiasmo as provocadoras, grupelho russo das Pussy Riot que em frente do altar-mor da Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, bolçaram obscenidades e, cantando em coro, chamaram "puta" ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa. 

Quando as moças foram condenadas pela justiça russa, Hillary assumiu a sua defesa e em Nova York publicou no Twitter uma foto sua ao lado das Pussy Riot, de visita à cidade, com uma mensagem: "É ótimo encontrar-me com as fortes e corajosas jovens das Pussy Riot que recusam que as suas vozes sejam silenciadas na Rússia". 

Autêntica candidata do Pentágono, Hillary acompanhou com paixão os trágicos acontecimentos da Ucrânia. 

Ao saber que Victoria Nuland – "a minha querida porta-voz no Departamento de Estado", como lhe chamava – fora nomeada para assumir o comando da agressiva política de Washington na Ucrânia, Hillary congratulou-se com a escolha da amiga. Posteriormente manifestou-lhe solidariedade ao explodir o escândalo da sua conversa telefónica com o embaixador dos EUA naquele país, Geoffrey Pyatt. Discutiam quem deveria ser colocado no poder em Kiev e Noland e desabafou: "A União Europeia que se foda". 

A reação de Hillary ao referendo em que o povo da Crimeia, por maioria esmagadora, decidiu que a Península voltaria a integrar-se na Rússia foi intempestiva e grotesca: qualificou Putin de "novo Hitler". 

No conflito que levou à secessão das províncias russófonas do Leste da Ucrânia, Hillary Clinton atribui a Vladimir Putin toda a responsabilidade da guerra civil que assola o país. Não surpreende tal atitude vinda de quem não esconde a sua simpatia pelo partido neofascista ucraniano Svoboda. 

Na opinião de Diana Johnstone, "o desempenho de Hillary Clinton como secretária de estado somente foi um grande êxito num aspecto: tornou-a a candidata favorita do Partido da Guerra". 

No seu importante livro esboça bem o perfil da mulher que segundo as sondagens pode ser o próximo presidente dos EUA.

06/Junho/2016

[1] Diana Johnstone, Hillary Clinton Rainha do Caos, Editora Página a Página,123 pág., Lisboa 2016 (Queen of caos: The Misadventures of Hillary Clinton, no original inglês). 

Miguel Urbano Rodrigues

sexta-feira, 22 de julho de 2016

[9485] - T E R R O R I S M O !

O SERVIÇO DE INFORMAÇÕES DE 
SEGURANÇA (SIS) RECONHECE HAVER
AMEAÇAS DIRECTAS DO "DAESH"
CONTRA PORTUGAL!!!


PORQUE RAZÃO TEREMOS QUE SER
EU, MEUS FILHOS E MEUS NETOS,
A SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS
DOS ERROS DA HISTÓRA?!

[9484] - A CAMINHO DA ONU...


ANTÓNIO GUTERRES PARECE TER VENCIDO, POR LARGA MARGEM,
A PRIMEIRA ETAPA DA LONGA MARATONA QUE, DESEJAMOS, 
O LEVARÁ ATÉ À CADEIRA DE
SECRETÁRIO-GERAL DA ONU...

[9483] - A GRANDE REGATA...


ALGUNS DOS 33 GRANDES VELEIROS QUE, A PARTIR DE LISBOA,
VÃO PARTICIPAR EM MAIS UMA "TALL SHIPS RACE"...

[9482] - A CARAVELA "VERA-CRUZ"...


Não fora a bandeira verde e rubra e dir-se-ía que esta foto podia ser de há 500 anos,
da casca de noz em viagem por mares  nunca de antes navegados...

quinta-feira, 21 de julho de 2016

[9481] - UMA VISÃO ABRANGENTE...

António Miranda Lima


A PROPÓSITO DE ALGUMAS POLÍTICAS CABO-VERDIANAS


     Notícia do “Expresso das Ilhas” de 20 de Julho dá a saber que o governo anterior ocultava as recomendações do FMI, só para não expor publicamente a censura a algumas das suas políticas internas.
     Por exemplo, o FMI sentenciou, na altura em que veio a lume a ideia megalómana da construção da “Cidade Administrativa” na Praia, que não aprovava semelhante projecto. Por isso é que tudo ficou no papel, pois não fora a crise mundial, com as restrições ao crédito daí resultantes, o mais certo teria sido avançar com essa monstruosidade, que iria fazer disparar a dívida do país para níveis ainda mais gravosos.
     Mais, afinal sabe-se agora que o FMI mandou há quatro anos (2012) suspender o programa “casa para todos” por entender que o investimento público deveria ser de outro jaez, primando por uma selectividade que favoreça o crescimento qualitativo da economia. Além do mais, não havia garantias de que o programa fosse economicamente sustentável, e isso numa altura em que a dívida pública já ostentava sinais de manifesta perigosidade. Mas o governo de então fez orelhas moucas porque a promessa de casa para todos era a bandeira eleitoral com que pretendia, entre outros estratagemas, manter-se no poder.
     Porém, tudo acabou por ruir porque falharam os pressupostos para o financiamento que fora gizado (mais uma vez a crise). Por outro lado, a procura dessas casas não teve o resultado que se esperava, dado que as famílias a que se destinavam não tinham um rendimento capaz de garantir os respectivos encargos, como aliás o demonstrou a fraca adesão popular ao projecto. Assim, será de concluir que o governo não teve os devidos cuidados prospectivos, sobretudo no que ao segundo requisito diz respeito? É provável que sim.
     Mas o mais grave é que a falência do programa, que fora encarado como passível de revitalizar as empresas de construção civil cabo-verdianas, acabou por ditar a sentença de morte do sector. 
     O governo justificava a necessidade do programa com o défice habitacional em Cabo Verde: défice quantitativo de 40.776 habitações e défice qualitativo de 66.013 habitações, conforme reza o jornal aqui citado. Mas aqui é que a coisa fia fino. Tais défices devem registar-se com maior incidência onde houve aumento demográfico em consequência da política centralista do governo. Julgo que quem passar pelas ilhas da periferia encontrará inúmeras casas desocupadas, pelo facto de os seus donos ou inquilinos terem debandado para a Praia e também para S. Vicente, à procura de trabalho onde a oferta era mais garantida. 
     Basta reparar no galopante crescimento demográfico observado na ilha de Santiago, em especial na cidade da Praia, para logo se perceber a flagrante relação de causalidade entre a oferta de trabalho e o crescimento populacional. O mesmo aconteceu, mas em grau consideravelmente menor, na ilha de S. Vicente. As populações de Santo Antão têm S. Vicente mais à mão para resolver os seus problemas de emprego, ocasionados pelas secas e também pela pouca atenção dada ao investimento nas infra-estruturas agrícolas da Ilha das Montanhas. Para um rural santantonense é muito mais fácil e barato rumar a S. Vicente para arranjar trabalho, mesmo que esta ilha não passe hoje de uma miragem em relação às suas antigas capacidades económicas. Com efeito, é na Praia que se concentra a maior parte do aparelho do Estado e onde houve lugar à maior parte do investimento. Por conseguinte, é impossível não relacionar o défice habitacional com uma ocupação desigual do território.
     O que é um terrível paradoxo é o programa “casa para todos” ter determinado a falência do sector de construção civil e com isso provocando uma drástica redução da oferta de trabalho, seja na Praia ou em S. Vicente. Na verdade, o problema já não se restringe ao mero circunstancialismo habitacional, pois acabou por ter efeitos perversos na oferta de trabalho e, consequentemente, na sobrevivência de muitas famílias.
     Daí concluir-se que as condições de vida nas ilhas poderiam ser hoje diferentes, acaso tivessem sido aplicadas as ajudas externas e o financiamento do Estado de uma forma mais equitativa no território. Certamente que o tal défice habitacional seria bem menos expressivo, na medida em que as necessidades de habitação obedeceriam a um maior equilíbrio entre as ilhas. No entanto, outra forma de acudir ao sector da habitação seria, por exemplo, a reabilitação das “moradas” dos centros urbanos, onde existem inúmeras casas desocupadas e por isso em estado de degradação, o que, ainda por cima, tem o ónus de desfeitear a paisagem urbana das nossas cidades.
     Entretanto, à parte esta questão aqui abordada, o FMI, conforme se pode ler no Expresso das Ilhas, tem estado em cima do governo a chamar a atenção para a urgência de medidas que promovam o crescimento económico e resolvam a situação crítica em que se encontram as empresas do sector público. É que está a causar sérias preocupações o problema da dívida do país, o qual, condiciona ou pode mesmo travar futuros financiamentos da economia.
     Com isto tudo, não é minha intenção sugerir culpas partidárias sobre os actuais problemas de Cabo Verde. Penso que nenhum dos partidos do arco da governação pode enjeitar responsabilidades quanto às políticas de fundo que foram adoptadas no passado e nos conduziram a uma situação de bloqueamento. O modelo de organização político-administrativa de Cabo Verde tem a sua matriz no centralismo e na concentração do Estado na cidade capital. Embora o partido do actual governo tenha feito promessas eleitorais sobre a descentralização e o estudo de um modelo de regionalização, temo que tudo não tenha passado de simples estratagema eleitoralista. Sabe-se que, uma vez no poder, a primeira medida tomada, e com escrupuloso consenso entre os dois principais partidos, foi a aprovação de um Estatuto Especial para a cidade da Praia. Como se passassem por aí as verdadeiras prioridades nacionais, que são muitas e vária índole! Pudera, na cidade capital é onde as duas principais forças políticas têm instalados todos os seus interesses – políticos, profissionais, pessoais e familiares. Descentralizar/desconcentrar equivale a mexer profundamente com isso tudo.
     Sem querer ser pessimista, diria que é pouco animadora a situação da nossa terra. Não sei qual será a saída para o futuro, ou se há mesmo qualquer saída, sendo previsível que a situação se possa agravar ainda mais com os actuais impasses de uma União Europeia cada vez mais sintonizada com a lógica do capitalismo e sem credibilidade para pleitear na diplomacia internacional.

Tomar, 21 de Julho de 2016

[9480] - A INVASÃO SOVIÉTICA...


De acordo com  notícias já confirmadas tem-se verificado, nas ultimas 48 horas, uma pouco habitual subida da bitola de visualizadores do Blogue "Praia-de-Bote provocada, sobretudo, pelo aumento de visitantes russos, soviéticos, mujiques, esquimós, enfim, gentes das estepes geladas do Grande Norte e arredores... Confirma-se esta apetência das gentes daquelas latitudes também, por este Blogue muito embora em proporções notóriamente inferiores às do PdB mas, mesmo assim, dignas de registo e de alguma estranheza...Pessoalmente, não consigo atinar com uma explicação plausivel e não sei, sequer, a quem perguntar sobre os motivos desta súbita atracção!

[9479] - POEIRA DOS TEMPOS...


O Artur Mendes enviou-me uma foto parecida com esta pois é de menores dimensões e não tem as anotações que referem, conforme a ajuda do Valdemar, "manifestação fúnebre"...Estoutra encontrei-a em buscas no Google e mostra tratar-se eventualmente, de um enterro, a julgar pela presença do que parece ser uma bandeira e um estandarte.
Outra estranheza advém da presença de homens fardados, nomeadamente, marinheiros que não parecem autóctones mas portugueses aí dos anos 1920...
Uma ultima particularidade reside naquilo que parece ser um tracejado manual a vincar as arestas do casario ao fundo, por detrás do estandarte.
Saberá, alguém, o verdadeiro significado daquela expressão "Bando Precatório"?...

[9478] - ECONOMIA GAULESA...

Pesquisa de Tuta Azevedo